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Vamos aumentar a pobreza e a desigualdade social no Brasil.\u201d Fran\u00e7a, que prepara seu terceiro livro sobre a Previd\u00eancia Social, disse \u00e0 Ag\u00eancia Brasil que os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios e assistenciais n\u00e3o v\u00e3o para a poupan\u00e7a, nem para aplica\u00e7\u00e3o no mercado financeiro. \"Eles v\u00e3o diretamente para o consumo e a circula\u00e7\u00e3o do dinheiro que provoca a melhoria da qualidade de vida.\u201d O especialista assinala que, na m\u00e9dia, cada benefici\u00e1rio recebe R$ 1.744 e que oito de cada dez benef\u00edcios pagos pela Previd\u00eancia Social tem o valor de um sal\u00e1rio m\u00ednimo. Assim, a desvincula\u00e7\u00e3o do m\u00ednimo teria efeito recessivo e ainda poderia diminuir a arrecada\u00e7\u00e3o de tributos em cima do consumo desses benefici\u00e1rios \u2013 o que geraria desequil\u00edbrio fiscal. Outro efeito seria o impacto nas contas de 4.101 munic\u00edpios \u2013 73% das 5.568 cidades brasileiras, nas quais os recursos oriundos da Previd\u00eancia Social t\u00eam volume maior do que os rees do Tesouro Nacional ao Fundo de Participa\u00e7\u00e3o dos Munic\u00edpios. Proposta de emenda Artigo de economistas ligados \u00e0 Universidade Federal de Minas Geraus, publicado em mar\u00e7o na revista Pesquisa e Planejamento Econ\u00f4mico, editada pelo Instituto de Pesquisa Econ\u00f4mica Aplicada (Ipea), tamb\u00e9m alerta para os poss\u00edveis efeitos sociais do corte de benef\u00edcios. O texto analisa a vers\u00e3o original da Proposta de Emenda \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o (PEC) 6\/2019 que, \u00e0 \u00e9poca, estabelecia o pagamento do benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada (BPC) a partir dos 60 anos, mas com valor de R$ 400. 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Diverg\u00eancia O Projeto de Lei de Diretrizes Or\u00e7ament\u00e1rias (PLDO) de 2025, em tramita\u00e7\u00e3o no Congresso Nacional, prev\u00ea que o Regime Geral de Previd\u00eancia Social ter\u00e1 arrecada\u00e7\u00e3o de R$ 709,1 bilh\u00f5es, e o pagamento de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios ser\u00e1 de R$ 980,9 bilh\u00f5es. Um d\u00e9ficit de R$ 271,8 bilh\u00f5es, que impacta no resultado prim\u00e1rio das contas p\u00fablicas. De acordo com estimativa do PLDO, o sal\u00e1rio m\u00ednimo ar\u00e1 dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.502. Os R$ 90 de diferen\u00e7a trar\u00e3o impacto de R$ 51,2 bilh\u00f5es, cerca de um quinto do d\u00e9ficit previdenci\u00e1rio, conforme nota t\u00e9cnica das consultorias de Or\u00e7amento da C\u00e2mara dos Deputados e do Senado Federal. 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As aposentadorias e pens\u00f5es deveriam ser reajustadas apenas pela infla\u00e7\u00e3o, mantendo o poder de compra ao longo do tempo\u201d, afirma Borges. No texto, o especialista ainda defende o incremento da arrecada\u00e7\u00e3o com a futura cobran\u00e7a do futuro Imposto Seletivo sobre produtos que impactam a sa\u00fade e o meio ambiente, e pondera que \u201calguns subs\u00eddios expl\u00edcitos para o setor agropecu\u00e1rio (como equaliza\u00e7\u00e3o de juros do Plano Safra, dentre outros) poderiam ser reduzidos, uma vez que o setor j\u00e1 \u00e9 altamente competitivo com \u201cas pr\u00f3prias pernas\u201d.","keywords":"BPC, Ipea, Minist\u00e9rio da Fazenda, Previd\u00eancia Social, ","datePublished":"2024-07-08T12:05:46-03:00","dateModified":"2024-07-08T12:05:46-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2024\/07\/08\/especialistas-alertam-para-impacto-de-possiveis-cortes-na-previdencia\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/07\/1114-Aposentadorias-movimentam-consumo-e-economia-dos-municipios-1200x676.webp","width":"1200","height":"676"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/07\/1114-Aposentadorias-movimentam-consumo-e-economia-dos-municipios-1200x900.webp","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/07\/1114-Aposentadorias-movimentam-consumo-e-economia-dos-municipios-1200x675.webp","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/07\/1114-Aposentadorias-movimentam-consumo-e-economia-dos-municipios-676x676.webp","width":"676","height":"676"}]},
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Na avalia\u00e7\u00e3o do pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia, unidade da Funda\u00e7\u00e3o Getulio Vargas (Ibre\/FGV) Br\u00e1ulio Borges, tamb\u00e9m economista s\u00eanior da \u00e1rea de macroeconomia da LCA Consultores, a Previd\u00eancia Social \u00e9 \u201ca principal rubrica que deve ser \u2018atacada\u2019 para restaurar o equil\u00edbrio fiscal brasileiro.\u201d Em artigo recente, o economista opina que \u201cum elemento crucial\u201d para conter a expans\u00e3o do d\u00e9ficit previdenci\u00e1rio seria desvincular o piso previdenci\u00e1rio, o BPC e outros benef\u00edcios assistenciais do sal\u00e1rio m\u00ednimo nacional. \u201cO sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 uma vari\u00e1vel que deve, sim, ser reajustada ao longo do tempo em termos reais, refletindo ganhos de produtividade da m\u00e3o de obra, mas \u00e9 uma vari\u00e1vel que deve regular o mercado de trabalho, ou seja, a vida de quem est\u00e1 participando ativamente da produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica. 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No texto, o especialista ainda defende o incremento da arrecada\u00e7\u00e3o com a futura cobran\u00e7a do futuro Imposto Seletivo sobre produtos que impactam a sa\u00fade e o meio ambiente, e pondera que \u201calguns subs\u00eddios expl\u00edcitos para o setor agropecu\u00e1rio (como equaliza\u00e7\u00e3o de juros do Plano Safra, dentre outros) poderiam ser reduzidos, uma vez que o setor j\u00e1 \u00e9 altamente competitivo com \u201cas pr\u00f3prias pernas\u201d.","keywords":["BPC"," Ipea"," Minist\u00e9rio da Fazenda"," Previd\u00eancia Social"," "],"name":"Especialistas alertam para impacto de poss\u00edveis cortes na Previd\u00eancia","thumbnailUrl":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/07\/1114-Aposentadorias-movimentam-consumo-e-economia-dos-municipios-150x150.webp","wordCount":"854","timeRequired":"PT3M47S","mainEntity":{"@type":"WebPage","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2024\/07\/08\/especialistas-alertam-para-impacto-de-possiveis-cortes-na-previdencia\/"},"author":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"speakable":{"@type":"SpeakableSpecification","xpath":["\/html\/head\/title","\/html\/head\/meta[@name='description']\/@content"]},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2024\/07\/08\/especialistas-alertam-para-impacto-de-possiveis-cortes-na-previdencia\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/07\/1114-Aposentadorias-movimentam-consumo-e-economia-dos-municipios-1200x676.webp","width":"1200","height":"676"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/07\/1114-Aposentadorias-movimentam-consumo-e-economia-dos-municipios-1200x900.webp","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/07\/1114-Aposentadorias-movimentam-consumo-e-economia-dos-municipios-1200x675.webp","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/07\/1114-Aposentadorias-movimentam-consumo-e-economia-dos-municipios-676x676.webp","width":"676","height":"676"}]}]
O Ministério da Fazenda divulgou que será necessário fazer cortes nas despesas obrigatórias para o cumprimento da Lei do Arcabouço Fiscal, mas não especificou as áreas que serão atingidas.
De acordo com informações da Agência Brasil, a diminuição dos gastos públicos entrou no centro do debate político e econômico no país nos últimos dias.
O ministro, Fernando Haddad anunciou que as medidas de contingenciamento e bloqueio serão divulgadas no dia 22 de julho, mesmo dia da publicação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, elaborado pela Receita Federal. Até lá, a discussão sobre as áreas em que devem ocorrer os cortes tende a se intensificar.
A Previdência Social costuma ser uma das áreas mais visadas. No entanto, a ideia de desvincular o piso previdenciário do salário mínimo é criticada pelo advogado e contador Álvaro Sólon de França, ex-secretário executivo do Ministério da Previdência e ex-presidente do Conselho Executivo da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip).
Para ele, o governo deveria reverter a desoneração de imposto em vez de pensar em diminuir valor de benefícios. “A desvinculação do salário mínimo dos benefícios previdenciários e assistenciais é um ajuste fiscal em cima da classe mais pobre. Vamos aumentar a pobreza e a desigualdade social no Brasil.”
França, que prepara seu terceiro livro sobre a Previdência Social, disse à Agência Brasil que os benefícios previdenciários e assistenciais não vão para a poupança, nem para aplicação no mercado financeiro.
“Eles vão diretamente para o consumo e a circulação do dinheiro que provoca a melhoria da qualidade de vida.”
O especialista assinala que, na média, cada beneficiário recebe R$ 1.744 e que oito de cada dez benefícios pagos pela Previdência Social tem o valor de um salário mínimo.
Assim, a desvinculação do mínimo teria efeito recessivo e ainda poderia diminuir a arrecadação de tributos em cima do consumo desses beneficiários – o que geraria desequilíbrio fiscal.
Outro efeito seria o impacto nas contas de 4.101 municípios – 73% das 5.568 cidades brasileiras, nas quais os recursos oriundos da Previdência Social têm volume maior do que os rees do Tesouro Nacional ao Fundo de Participação dos Municípios.
Proposta de emenda
Artigo de economistas ligados à Universidade Federal de Minas Geraus, publicado em março na revista Pesquisa e Planejamento Econômico, editada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também alerta para os possíveis efeitos sociais do corte de benefícios.
O texto analisa a versão original da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019 que, à época, estabelecia o pagamento do benefício de prestação continuada (BPC) a partir dos 60 anos, mas com valor de R$ 400.
O valor de um salário mínimo (então R$ 998) somente seria pago aos 70 anos, cinco anos depois da idade, como permanece em vigor.
Os autores – Débora Cardoso, Edson Paulo Domingues, Luís Eduardo Afonso e Guilherme Cardoso – concluem que o corte de pagamentos do BPC proposto na proposta “seria bastante regressivo, impactando fortemente as famílias de menor renda.”
Quanto a pensões e aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social, eventuais cortes podem ser “positivos, ou menos negativos”, a depender do destino do dinheiro poupado, se, por exemplo, se adota uma suposição de resposta mais forte do investimento.
O artigo defende, no entanto, que eventuais cortes em benefícios de servidores ativos e aposentados inscritos em regimes próprios de previdência social teriam “caráter progressivo” e diminuiriam a desigualdade.
Divergência
O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, em tramitação no Congresso Nacional, prevê que o Regime Geral de Previdência Social terá arrecadação de R$ 709,1 bilhões, e o pagamento de benefícios previdenciários será de R$ 980,9 bilhões. Um déficit de R$ 271,8 bilhões, que impacta no resultado primário das contas públicas.
De acordo com estimativa do PLDO, o salário mínimo ará dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.502. Os R$ 90 de diferença trarão impacto de R$ 51,2 bilhões, cerca de um quinto do déficit previdenciário, conforme nota técnica das consultorias de Orçamento da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Na avaliação do pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia, unidade da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) Bráulio Borges, também economista sênior da área de macroeconomia da LCA Consultores, a Previdência Social é “a principal rubrica que deve ser ‘atacada’ para restaurar o equilíbrio fiscal brasileiro.”
Em artigo recente, o economista opina que “um elemento crucial” para conter a expansão do déficit previdenciário seria desvincular o piso previdenciário, o BPC e outros benefícios assistenciais do salário mínimo nacional.
“O salário mínimo é uma variável que deve, sim, ser reajustada ao longo do tempo em termos reais, refletindo ganhos de produtividade da mão de obra, mas é uma variável que deve regular o mercado de trabalho, ou seja, a vida de quem está participando ativamente da produção econômica. As aposentadorias e pensões deveriam ser reajustadas apenas pela inflação, mantendo o poder de compra ao longo do tempo”, afirma Borges.
No texto, o especialista ainda defende o incremento da arrecadação com a futura cobrança do futuro Imposto Seletivo sobre produtos que impactam a saúde e o meio ambiente, e pondera que “alguns subsídios explícitos para o setor agropecuário (como equalização de juros do Plano Safra, dentre outros) poderiam ser reduzidos, uma vez que o setor já é altamente competitivo com “as próprias pernas”.