Na noite desta quarta-feira (27), a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e a Polícia Militar da Bahia (PMBA) reuniram-se com o empresário Crispim Terral, vítima de agressão física e racial dentro de uma agência da Caixa Econômica Federal. O encontro ocorreu na sede da Sepromi, no bairro da Pituba, com as presenças da secretária da pasta, Fabya Reis, e do comandante-geral da PMBA, coronel Anselmo Brandão. Familiares e advogados do empresário também participaram.
“O objetivo (da reunião) foi ar uma mensagem do Governo do Estado, nos colocando, através do Centro de Referência Nelson Mandela, à disposição para acompanhamento de perto do caso. As imagens nos chocam. Estamos promovendo esse acolhimento e transmitindo a mensagem ao Crispim de que ele não está sozinho e que as instituições tomaram as suas providências protocolares”, afirmou Fabya. O caso foi oficialmente protocolado na instituição, que a a disponibilizar atendimento psicológico para Crispim e familiares.
A PMBA também já instaurou um processo istrativo sobre o caso, ocorrido no Centro de Salvador, no último dia 19. “A Corregedoria já está acompanhando, inclusive coletando dados. Ouvimos agora a parte (a vítima) e vamos aguardar o resultado. Nós lamentamos as imagens, mas, com relação ao fato em si, nós vamos aguardar todo o processo e, tão logo ele seja concluído, vamos adotar as medidas correcionais”, declarou o comandante-geral da PM.
Na ocasião, Crispim afirmou que o encontro “foi muito significante. Vejo como mais um o da vitória, não somente para mim, mas para todos os negros desse país. Não gostaria que fosse por esse lado, gostaria que fosse por uma outra razão de benefício à sociedade negra”,
O empresário considera que a denúncia do caso, publicada por ele em uma rede social, pode ajudar outras pessoas a não se calarem. “Façam o mesmo que eu fiz, abram a boca, se expressem, briguem, lutem até o final para que a sociedade tenha certeza do que está acontecendo no dia a dia”, acrescentou.
Um dos advogados que representam Crispim, Marinho Soares, também destacou a importância da conversa com o poder público. “Esse diálogo que foi travado hoje é muito importante para a causa de Crispim, principalmente porque nós precisamos combater esse racismo arraigado na sociedade baiana. É importante para que o Estado reconheça a violência que foi cometida. Crispim sai daqui mais acolhido”, avaliou.
Repórter: Lina Magalí