O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) concluiu, nesta sexta-feira, 28 de março, mais uma etapa da operação ‘Arara Kuara’, que visa combater crimes ambientais na área de ocorrência da arara-azul de Lear, espécie ameaçada de extinção.

A operação, iniciada no dia 17 deste mês, resultou no resgate de 225 aves e na descoberta de nove animais abatidos por caça ilegal. A ação contou com o apoio da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA) e ocorreu nos municípios do entorno do Raso da Catarina, na região Norte da Bahia.

De acordo com a Ascom do Inema, o balanço da operação também registrou a apreensão de 20 armas de fogo e 14 artefatos de caça, incluindo tatuzeiras, trabucos, armadilhas para raposas, arapucas e alçapões. Além disso, foi constatada a queima de madeira nativa, o que resultou na apreensão de uma motosserra e um caminhão carregado de lenha, bem como na destruição de dois fornos e 41 sacos de carvão.

O diretor de fiscalização ambiental do Inema, Eduardo Topázio, destacou que a operação está alinhada com ações de fiscalização preventiva e de campo. “A operação só alcançou seus objetivos com a excelência do trabalho de investigação em campo realizado pelos servidores do Inema e o apoio da população, seja no ato de denunciar qualquer suspeita de crime contra a fauna e meio ambiente, seja no respeito à vida silvestre e proteção dos biomas”.

Atuação em diversas localidades

Durante a fiscalização, os técnicos do Inema, juntamente com agentes policiais, realizaram buscas em áreas urbanas e rurais dos municípios de Campo Formoso, Senhor do Bonfim, Jaguarari, Uauá, Monte Santo, Euclides da Cunha, Canudos, Jeremoabo, Pedro Alexandre e Coronel João Sá.

Essas áreas estão dentro das Unidades de Conservação criadas para a proteção da arara-azul de Lear. Entre as aves resgatadas, destacam-se espécies como azulão, cardeal-do-nordeste, coleirinho, papa-capim e tico-tico.

Ricardo Chaves, técnico de fiscalização do Inema, ressaltou a importância do resgate dos animais e da apreensão das armas. “O resgate dos animais e a apreensão dessas armas mostram que estamos conseguindo frear as práticas da caça e criação ilegal de animais silvestres, apesar de que nesta etapa, nos surpreendeu negativamente a descoberta, depois de uma minuciosa inspeção, de espécies abatidas e congeladas, como tatus, tamanduá-mirim e veado”.