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De acordo com o Minist\u00e9rio, o cultivo do a\u00e7aizeiro, da esp\u00e9cie Euterpe oleracea, cultura de origem amaz\u00f4nica, disp\u00f5e agora de zoneamento que orienta a sua poss\u00edvel expans\u00e3o","articleBody":"O Minist\u00e9rio da Agricultura e Pecu\u00e1ria (Mapa) publicou nesta ter\u00e7a-feira (27) o Zoneamento Agr\u00edcola de Risco Clim\u00e1tico (Zarc) para a cultura do a\u00e7a\u00ed em sistema de produ\u00e7\u00e3o irrigado. De acordo com o Minist\u00e9rio, o cultivo do a\u00e7aizeiro, da esp\u00e9cie Euterpe oleracea, cultura de origem amaz\u00f4nica, disp\u00f5e agora de zoneamento que orienta a sua poss\u00edvel expans\u00e3o para outras regi\u00f5es do Pa\u00eds. Conforme informa\u00e7\u00f5es do Mapa, trata-se do primeiro zoneamento para o a\u00e7a\u00ed e considera riscos clim\u00e1ticos de 20%, 30% e 40%. Em grande parte do Brasil, o Zarc aponta risco de 20% para o plantio irrigado de a\u00e7a\u00ed e mostra que a totalidade das regi\u00f5es Norte e Nordeste, maior parte do Centro-Oeste e uma pequena parte do Sudeste (norte de Minas Gerais e Esp\u00edrito Santo) apresentam condi\u00e7\u00f5es de temperatura, umidade, ocorr\u00eancia de chuvas e tipos de solo que permitem o cultivo da palmeira amaz\u00f4nica em sistema irrigado. \u201cO zoneamento tem o objetivo de quantificar os riscos relacionados aos problemas clim\u00e1ticos e permite ao produtor identificar as melhores regi\u00f5es para produ\u00e7\u00e3o e as \u00e9pocas para plantio das mudas, levando em conta o clima, a cultura e os diferentes tipos de solos\u201d, explica o meteorologista Alailson Santiago, pesquisador da Embrapa Amaz\u00f4nia Oriental. O modelo agrometeorol\u00f3gico utilizado no estudo considera diversos elementos clim\u00e1ticos. \u201cAnalisamos elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola, como a temperatura, a ocorr\u00eancia de chuvas, umidade relativa do ar, \u00e1gua dispon\u00edvel nos solos, necessidade h\u00eddrica da cultura e elementos geogr\u00e1ficos, como altitude, latitude e longitude\u201d, relata Santiago. As caracter\u00edsticas de solo e clima de todas as regi\u00f5es do Pais, como acrescenta o pesquisador, foram analisadas para cada fase de desenvolvimento da planta, desde o plantio at\u00e9 a colheita. \u201cVerificamos necessidade de \u00e1gua e o tipo de solo para cada fase de desenvolvimento do a\u00e7a\u00ed\u201d, exemplifica Alailson. A metodologia considera dados meteorol\u00f3gicos de s\u00e9ries hist\u00f3ricas de pelo menos 15 anos, al\u00e9m de todo o conhecimento cient\u00edfico sobre a cultura e valida\u00e7\u00f5es em campo. O Zoneamento de Risco Clim\u00e1tico para o sistema de produ\u00e7\u00e3o irrigado de a\u00e7a\u00ed pode ser ado no aplicativo m\u00f3vel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (Campinas\/SP), e dispon\u00edvel nas lojas de aplicativos: iOS e Android. Produtores rurais e outros agentes do agroneg\u00f3cio podem ar por meio de tablets e smartphones, de forma mais pr\u00e1tica, as informa\u00e7\u00f5es oficiais do zoneamento. Os resultados do Zarc tamb\u00e9m podem ser consultados e baixados por meio da plataforma \u201ainel de Indica\u00e7\u00e3o de Riscos\u201d. Sistema de produ\u00e7\u00e3o com irriga\u00e7\u00e3o O principal par\u00e2metro de risco clim\u00e1tico para o a\u00e7a\u00ed \u00e9 a necessidade h\u00eddrica. O a\u00e7aizeiro \u00e9 uma palmeira nativa das \u00e1reas de v\u00e1rzea da Amaz\u00f4nia e a expans\u00e3o para sistemas comerciais de produ\u00e7\u00e3o em terra firme requer a irriga\u00e7\u00e3o, pois mesmo os per\u00edodos curtos de falta de \u00e1gua podem reduzir muito a produ\u00e7\u00e3o. \u201cN\u00e3o se pensa em plantar a\u00e7a\u00ed em terra firme sem irriga\u00e7\u00e3o. Sem a \u00e1gua, o cultivo se torna invi\u00e1vel\u201d, afirma o agr\u00f4nomo Jo\u00e3o Tom\u00e9 de Farias Neto, pesquisador da Embrapa Amaz\u00f4nia Oriental. A t\u00e9cnica mais utilizada \u00e9 a irriga\u00e7\u00e3o por microaspers\u00e3o e quantidade de \u00e1gua nas diferentes idades da planta depende das condi\u00e7\u00f5es edafoclim\u00e1ticas da regi\u00e3o, afirma Farias. \u201c\u00c9 preciso utilizar t\u00e9cnicas de manejo de irriga\u00e7\u00e3o para o uso racional da \u00e1gua\u201d, completa o pesquisador. O Zarc considera, portanto, somente o sistema de produ\u00e7\u00e3o de a\u00e7a\u00ed com irriga\u00e7\u00e3o. As duas cultivares de a\u00e7a\u00ed de terra firme desenvolvidas pela Embrapa, BRS Par\u00e1 e BRS Pai d\u2019\u00c9gua, s\u00e3o componentes fundamentais desse sistema de produ\u00e7\u00e3o. Entre as principais caracter\u00edsticas das variedades est\u00e3o a redu\u00e7\u00e3o da sazonalidade na produ\u00e7\u00e3o, maior rendimento de polpa dos frutos e produ\u00e7\u00e3o precoce. Temperaturas elevadas Em sistema de produ\u00e7\u00e3o de a\u00e7a\u00ed irrigado, outro fator clim\u00e1tico limitante a a ser o risco t\u00e9rmico que pode comprometer a produ\u00e7\u00e3o da palmeira. \u201cEm baixas temperaturas, ocorre o abortamento dos frutos, eles caem dos cachos antes de amadurecerem\u201d, pontua o pesquisador Alailson Santiago. Em avalia\u00e7\u00f5es de campo, temperaturas pr\u00f3ximas a 11 \u00baC, ainda que em ocorr\u00eancias isoladas, foram bastante prejudiciais ao a\u00e7aizeiro, provocando morte de folhas e abortamento de flores ou frutos. No estudo que fundamenta o Zarc foi utilizado como limite inferior a temperatura de 7oC, de forma a evitar danos potenciais \u00e0 estabilidade de produ\u00e7\u00e3o da cultura. O agr\u00f4nomo Eduardo Monteiro, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e coordenador da Rede Zarc na institui\u00e7\u00e3o, explica que esse limite foi proposto a partir da identifica\u00e7\u00e3o de \u00e1reas de produ\u00e7\u00e3o de a\u00e7a\u00ed com viabilidade em estados do Centro-Oeste e Sudeste. \u201cNo futuro, com o avan\u00e7o do conhecimento e \u00e0 medida que novas pesquisas tragam informa\u00e7\u00f5es mais precisas sobre o desempenho de diferentes cultivares dessa palmeira em temperaturas mais frias, os crit\u00e9rios poder\u00e3o ser atualizados\u201d, aponta o pesquisador. A faixa territorial contemplada no Zarc com riscos de 30% e 40% corresponde \u00e0s \u00e1reas de transi\u00e7\u00e3o para regi\u00f5es mais ao sul onde a probabilidade de temperaturas abaixo do limite estabelecido no zoneamento come\u00e7a a aumentar. A transi\u00e7\u00e3o ocorre em \u00e1reas na fronteira entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; centro-sul de Goi\u00e1s e regi\u00e3o central de Minas Gerais. \u201c\u00c0 medida que as temperaturas caem, o risco aumenta\u201d, acrescenta Alailson Santiago. Foto: Ronaldo Rosa Mais seguran\u00e7a e estabilidade O zoneamento \u00e9 utilizado como informa\u00e7\u00e3o b\u00e1sica de orienta\u00e7\u00e3o em alguns programas de pol\u00edtica agr\u00edcola, como o Programa de Garantia da Atividade Agropecu\u00e1ria (Proagro), que funciona como uma esp\u00e9cie de seguro agr\u00edcola; o Proagro Mais (modalidade destinada aos agricultores inscritos no Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar \u2013 Pronaf); e o Programa de Subven\u00e7\u00e3o Federal ao Seguro Rural Privado (PSR), que utilizam as indica\u00e7\u00f5es de zoneamento para estabelecimento de condi\u00e7\u00f5es de contrato. \u201cOutros agentes financeiros estaduais e seguradoras privadas tamb\u00e9m se baseiam no Zarc como balizador nas opera\u00e7\u00f5es de cr\u00e9dito e seguro rural. A ferramenta auxilia na gest\u00e3o de riscos clim\u00e1ticos e permite maior seguran\u00e7a e estabilidade ao produtor de a\u00e7a\u00ed\u201d, destaca o pesquisador Alailson Santiago. Ele ressalta que este primeiro Zarc considerou a esp\u00e9cie Euterpe oleracea, e o pr\u00f3ximo o \u00e9 elaborar o estudo para outras esp\u00e9cies de a\u00e7a\u00ed, como Euterpe precatoria e Euterpe edulis, que ocorrem em outras regi\u00f5es brasileiras. Cultivo em expans\u00e3o O a\u00e7aizeiro (Euterpe oleracea) \u00e9 uma palmeira nativa das \u00e1reas de v\u00e1rzea da Amaz\u00f4nia e o aumento da demanda pelo fruto levou \u00e0 expans\u00e3o para as \u00e1reas de terra firme. A Embrapa desenvolveu as duas \u00fanicas cultivares registradas de a\u00e7aizeiro para terra firme do mundo: BRS Par\u00e1 e BRS Pai d\u2019\u00c9gua. \u201cNos \u00faltimos anos, a demanda pelo fruto cresceu num ritmo muito mais acelerado que a oferta. Ent\u00e3o, migrar para terra firme foi uma das solu\u00e7\u00f5es encontradas pela pesquisa\u201d, justifica o pesquisador Jo\u00e3o Tom\u00e9 de Farias Neto. Entre as culturas perenes produzidas no Brasil, como caf\u00e9, laranja, cacau e dend\u00ea, o crescimento da produ\u00e7\u00e3o de a\u00e7a\u00ed ganha destaque nos \u00faltimos anos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE) monitora essa produ\u00e7\u00e3o desde 2015 e considera tanto o a\u00e7a\u00ed manejado das \u00e1reas de v\u00e1rzea quanto o cultivado. A \u00e1rea colhida de frutos de a\u00e7a\u00ed no Brasil cresceu em torno de 100 mil hectares, saindo de 137 mil hectares em 2015 para 233 mil hectares em 2022, de acordo com os dados mais recentes do IBGE. E, no mesmo per\u00edodo, a produ\u00e7\u00e3o nacional saltou de 1 milh\u00e3o de toneladas para 1 milh\u00e3o e 700 mil toneladas.","keywords":"A\u00e7a\u00ed, Amaz\u00f4nia, \u00c1rvore, Brasil, IBGE, MAPA, Produtor rural, ","datePublished":"2024-02-27T16:42:21-03:00","dateModified":"2024-02-27T16:47:08-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2024\/02\/27\/mapa-divulgou-primeiro-zoneamento-agricola-de-risco-climatico-do-acai\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/02\/Plantio-de-acai.jpg","width":"1280","height":"721"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/02\/Plantio-de-acai-1200x900.jpg","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/02\/Plantio-de-acai-1200x675.jpg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/02\/Plantio-de-acai-721x721.jpg","width":"721","height":"721"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/02\/Arvore-de-acai.jpg","width":1280,"height":853}]},
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O agr\u00f4nomo Eduardo Monteiro, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e coordenador da Rede Zarc na institui\u00e7\u00e3o, explica que esse limite foi proposto a partir da identifica\u00e7\u00e3o de \u00e1reas de produ\u00e7\u00e3o de a\u00e7a\u00ed com viabilidade em estados do Centro-Oeste e Sudeste. \u201cNo futuro, com o avan\u00e7o do conhecimento e \u00e0 medida que novas pesquisas tragam informa\u00e7\u00f5es mais precisas sobre o desempenho de diferentes cultivares dessa palmeira em temperaturas mais frias, os crit\u00e9rios poder\u00e3o ser atualizados\u201d, aponta o pesquisador. A faixa territorial contemplada no Zarc com riscos de 30% e 40% corresponde \u00e0s \u00e1reas de transi\u00e7\u00e3o para regi\u00f5es mais ao sul onde a probabilidade de temperaturas abaixo do limite estabelecido no zoneamento come\u00e7a a aumentar. A transi\u00e7\u00e3o ocorre em \u00e1reas na fronteira entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; centro-sul de Goi\u00e1s e regi\u00e3o central de Minas Gerais. \u201c\u00c0 medida que as temperaturas caem, o risco aumenta\u201d, acrescenta Alailson Santiago. Foto: Ronaldo Rosa Mais seguran\u00e7a e estabilidade O zoneamento \u00e9 utilizado como informa\u00e7\u00e3o b\u00e1sica de orienta\u00e7\u00e3o em alguns programas de pol\u00edtica agr\u00edcola, como o Programa de Garantia da Atividade Agropecu\u00e1ria (Proagro), que funciona como uma esp\u00e9cie de seguro agr\u00edcola; o Proagro Mais (modalidade destinada aos agricultores inscritos no Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar \u2013 Pronaf); e o Programa de Subven\u00e7\u00e3o Federal ao Seguro Rural Privado (PSR), que utilizam as indica\u00e7\u00f5es de zoneamento para estabelecimento de condi\u00e7\u00f5es de contrato. \u201cOutros agentes financeiros estaduais e seguradoras privadas tamb\u00e9m se baseiam no Zarc como balizador nas opera\u00e7\u00f5es de cr\u00e9dito e seguro rural. A ferramenta auxilia na gest\u00e3o de riscos clim\u00e1ticos e permite maior seguran\u00e7a e estabilidade ao produtor de a\u00e7a\u00ed\u201d, destaca o pesquisador Alailson Santiago. Ele ressalta que este primeiro Zarc considerou a esp\u00e9cie Euterpe oleracea, e o pr\u00f3ximo o \u00e9 elaborar o estudo para outras esp\u00e9cies de a\u00e7a\u00ed, como Euterpe precatoria e Euterpe edulis, que ocorrem em outras regi\u00f5es brasileiras. Cultivo em expans\u00e3o O a\u00e7aizeiro (Euterpe oleracea) \u00e9 uma palmeira nativa das \u00e1reas de v\u00e1rzea da Amaz\u00f4nia e o aumento da demanda pelo fruto levou \u00e0 expans\u00e3o para as \u00e1reas de terra firme. A Embrapa desenvolveu as duas \u00fanicas cultivares registradas de a\u00e7aizeiro para terra firme do mundo: BRS Par\u00e1 e BRS Pai d\u2019\u00c9gua. \u201cNos \u00faltimos anos, a demanda pelo fruto cresceu num ritmo muito mais acelerado que a oferta. Ent\u00e3o, migrar para terra firme foi uma das solu\u00e7\u00f5es encontradas pela pesquisa\u201d, justifica o pesquisador Jo\u00e3o Tom\u00e9 de Farias Neto. Entre as culturas perenes produzidas no Brasil, como caf\u00e9, laranja, cacau e dend\u00ea, o crescimento da produ\u00e7\u00e3o de a\u00e7a\u00ed ganha destaque nos \u00faltimos anos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE) monitora essa produ\u00e7\u00e3o desde 2015 e considera tanto o a\u00e7a\u00ed manejado das \u00e1reas de v\u00e1rzea quanto o cultivado. A \u00e1rea colhida de frutos de a\u00e7a\u00ed no Brasil cresceu em torno de 100 mil hectares, saindo de 137 mil hectares em 2015 para 233 mil hectares em 2022, de acordo com os dados mais recentes do IBGE. E, no mesmo per\u00edodo, a produ\u00e7\u00e3o nacional saltou de 1 milh\u00e3o de toneladas para 1 milh\u00e3o e 700 mil toneladas.","keywords":["A\u00e7a\u00ed"," Amaz\u00f4nia"," \u00c1rvore"," Brasil"," IBGE"," MAPA"," Produtor rural"," "],"name":"Mapa divulgou primeiro Zoneamento Agr\u00edcola de Risco Clim\u00e1tico do a\u00e7a\u00ed","thumbnailUrl":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/02\/Plantio-de-acai-150x150.jpg","wordCount":"1184","timeRequired":"PT5M15S","mainEntity":{"@type":"WebPage","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2024\/02\/27\/mapa-divulgou-primeiro-zoneamento-agricola-de-risco-climatico-do-acai\/"},"author":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"speakable":{"@type":"SpeakableSpecification","xpath":["\/html\/head\/title","\/html\/head\/meta[@name='description']\/@content"]},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2024\/02\/27\/mapa-divulgou-primeiro-zoneamento-agricola-de-risco-climatico-do-acai\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/02\/Plantio-de-acai.jpg","width":"1280","height":"721"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/02\/Plantio-de-acai-1200x900.jpg","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/02\/Plantio-de-acai-1200x675.jpg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/02\/Plantio-de-acai-721x721.jpg","width":"721","height":"721"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2024\/02\/Arvore-de-acai.jpg","width":1280,"height":853}]}]
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou nesta terça-feira (27) o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura do açaí em sistema de produção irrigado. De acordo com o Ministério, o cultivo do açaizeiro, da espécie Euterpe oleracea, cultura de origem amazônica, dispõe agora de zoneamento que orienta a sua possível expansão para outras regiões do País.
Conforme informações do Mapa, trata-se do primeiro zoneamento para o açaí e considera riscos climáticos de 20%, 30% e 40%. Em grande parte do Brasil, o Zarc aponta risco de 20% para o plantio irrigado de açaí e mostra que a totalidade das regiões Norte e Nordeste, maior parte do Centro-Oeste e uma pequena parte do Sudeste (norte de Minas Gerais e Espírito Santo) apresentam condições de temperatura, umidade, ocorrência de chuvas e tipos de solo que permitem o cultivo da palmeira amazônica em sistema irrigado.
“O zoneamento tem o objetivo de quantificar os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar as melhores regiões para produção e as épocas para plantio das mudas, levando em conta o clima, a cultura e os diferentes tipos de solos”, explica o meteorologista Alailson Santiago, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental.
O modelo agrometeorológico utilizado no estudo considera diversos elementos climáticos. “Analisamos elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola, como a temperatura, a ocorrência de chuvas, umidade relativa do ar, água disponível nos solos, necessidade hídrica da cultura e elementos geográficos, como altitude, latitude e longitude”, relata Santiago.
As características de solo e clima de todas as regiões do Pais, como acrescenta o pesquisador, foram analisadas para cada fase de desenvolvimento da planta, desde o plantio até a colheita. “Verificamos necessidade de água e o tipo de solo para cada fase de desenvolvimento do açaí”, exemplifica Alailson. A metodologia considera dados meteorológicos de séries históricas de pelo menos 15 anos, além de todo o conhecimento científico sobre a cultura e validações em campo.
O Zoneamento de Risco Climático para o sistema de produção irrigado de açaí pode ser ado no aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (Campinas/SP), e disponível nas lojas de aplicativos: iOS e Android. Produtores rurais e outros agentes do agronegócio podem ar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do zoneamento. Os resultados do Zarc também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “ de Indicação de Riscos”.
Sistema de produção com irrigação
O principal parâmetro de risco climático para o açaí é a necessidade hídrica. O açaizeiro é uma palmeira nativa das áreas de várzea da Amazônia e a expansão para sistemas comerciais de produção em terra firme requer a irrigação, pois mesmo os períodos curtos de falta de água podem reduzir muito a produção. “Não se pensa em plantar açaí em terra firme sem irrigação. Sem a água, o cultivo se torna inviável”, afirma o agrônomo João Tomé de Farias Neto, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental.
A técnica mais utilizada é a irrigação por microaspersão e quantidade de água nas diferentes idades da planta depende das condições edafoclimáticas da região, afirma Farias. “É preciso utilizar técnicas de manejo de irrigação para o uso racional da água”, completa o pesquisador.
O Zarc considera, portanto, somente o sistema de produção de açaí com irrigação. As duas cultivares de açaí de terra firme desenvolvidas pela Embrapa, BRS Pará e BRS Pai d’Égua, são componentes fundamentais desse sistema de produção. Entre as principais características das variedades estão a redução da sazonalidade na produção, maior rendimento de polpa dos frutos e produção precoce.
Temperaturas elevadas
Em sistema de produção de açaí irrigado, outro fator climático limitante a a ser o risco térmico que pode comprometer a produção da palmeira. “Em baixas temperaturas, ocorre o abortamento dos frutos, eles caem dos cachos antes de amadurecerem”, pontua o pesquisador Alailson Santiago. Em avaliações de campo, temperaturas próximas a 11 ºC, ainda que em ocorrências isoladas, foram bastante prejudiciais ao açaizeiro, provocando morte de folhas e abortamento de flores ou frutos.
No estudo que fundamenta o Zarc foi utilizado como limite inferior a temperatura de 7oC, de forma a evitar danos potenciais à estabilidade de produção da cultura. O agrônomo Eduardo Monteiro, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e coordenador da Rede Zarc na instituição, explica que esse limite foi proposto a partir da identificação de áreas de produção de açaí com viabilidade em estados do Centro-Oeste e Sudeste.
“No futuro, com o avanço do conhecimento e à medida que novas pesquisas tragam informações mais precisas sobre o desempenho de diferentes cultivares dessa palmeira em temperaturas mais frias, os critérios poderão ser atualizados”, aponta o pesquisador.
A faixa territorial contemplada no Zarc com riscos de 30% e 40% corresponde às áreas de transição para regiões mais ao sul onde a probabilidade de temperaturas abaixo do limite estabelecido no zoneamento começa a aumentar. A transição ocorre em áreas na fronteira entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; centro-sul de Goiás e região central de Minas Gerais. “À medida que as temperaturas caem, o risco aumenta”, acrescenta Alailson Santiago.
Foto: Ronaldo Rosa
Mais segurança e estabilidade
O zoneamento é utilizado como informação básica de orientação em alguns programas de política agrícola, como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que funciona como uma espécie de seguro agrícola; o Proagro Mais (modalidade destinada aos agricultores inscritos no Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf); e o Programa de Subvenção Federal ao Seguro Rural Privado (PSR), que utilizam as indicações de zoneamento para estabelecimento de condições de contrato.
“Outros agentes financeiros estaduais e seguradoras privadas também se baseiam no Zarc como balizador nas operações de crédito e seguro rural. A ferramenta auxilia na gestão de riscos climáticos e permite maior segurança e estabilidade ao produtor de açaí”, destaca o pesquisador Alailson Santiago.
Ele ressalta que este primeiro Zarc considerou a espécie Euterpe oleracea, e o próximo o é elaborar o estudo para outras espécies de açaí, como Euterpe precatoria e Euterpe edulis, que ocorrem em outras regiões brasileiras.
Cultivo em expansão
O açaizeiro (Euterpe oleracea) é uma palmeira nativa das áreas de várzea da Amazônia e o aumento da demanda pelo fruto levou à expansão para as áreas de terra firme. A Embrapa desenvolveu as duas únicas cultivares registradas de açaizeiro para terra firme do mundo: BRS Pará e BRS Pai d’Égua. “Nos últimos anos, a demanda pelo fruto cresceu num ritmo muito mais acelerado que a oferta. Então, migrar para terra firme foi uma das soluções encontradas pela pesquisa”, justifica o pesquisador João Tomé de Farias Neto.
Entre as culturas perenes produzidas no Brasil, como café, laranja, cacau e dendê, o crescimento da produção de açaí ganha destaque nos últimos anos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) monitora essa produção desde 2015 e considera tanto o açaí manejado das áreas de várzea quanto o cultivado. A área colhida de frutos de açaí no Brasil cresceu em torno de 100 mil hectares, saindo de 137 mil hectares em 2015 para 233 mil hectares em 2022, de acordo com os dados mais recentes do IBGE. E, no mesmo período, a produção nacional saltou de 1 milhão de toneladas para 1 milhão e 700 mil toneladas.