/*! This file is auto-generated */
.wp-block-button__link{color:#fff;background-color:#32373c;border-radius:9999px;box-shadow:none;text-decoration:none;padding:calc(.667em + 2px) calc(1.333em + 2px);font-size:1.125em}.wp-block-file__button{background:#32373c;color:#fff;text-decoration:none} [{"@context":"https:\/\/schema.org\/","@type":"BlogPosting","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2023\/09\/28\/cargill-foi-condenada-por-permitir-trabalho-escravo-e-infantil-na-producao-de-cacau-na-bahia\/#BlogPosting","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2023\/09\/28\/cargill-foi-condenada-por-permitir-trabalho-escravo-e-infantil-na-producao-de-cacau-na-bahia\/","inLanguage":"pt-BR","mainEntityOfPage":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2023\/09\/28\/cargill-foi-condenada-por-permitir-trabalho-escravo-e-infantil-na-producao-de-cacau-na-bahia\/","headline":"Cargill foi condenada por permitir trabalho escravo e infantil na produ\u00e7\u00e3o de cacau na Bahia","description":"A empresa\u00a0Cargill\u00a0Agr\u00edcola S.A. foi condenada\u00a0em primeira inst\u00e2ncia, pela Justi\u00e7a do Trabalho, por in\u00e9rcia no combate ao trabalho escravo e infantil\u00a0dentro da\u00a0cadeia produtiva de cacau, ao comprar direta e indiretamente\u00a0mat\u00e9ria-prima\u00a0para produ\u00e7\u00e3o de chocolate e manteiga de cacau de produtores rurais que foram flagrados explorando\u00a0trabalho\u00a0an\u00e1logo ao de\u00a0escravid\u00e3o e\u00a0trabalho\u00a0infantil. De acordo com o Minist\u00e9rio P\u00fablico do Trabalho da","articleBody":"A empresa\u00a0Cargill\u00a0Agr\u00edcola S.A. foi condenada\u00a0em primeira inst\u00e2ncia, pela Justi\u00e7a do Trabalho, por in\u00e9rcia no combate ao trabalho escravo e infantil\u00a0dentro da\u00a0cadeia produtiva de cacau, ao comprar direta e indiretamente\u00a0mat\u00e9ria-prima\u00a0para produ\u00e7\u00e3o de chocolate e manteiga de cacau de produtores rurais que foram flagrados explorando\u00a0trabalho\u00a0an\u00e1logo ao de\u00a0escravid\u00e3o e\u00a0trabalho\u00a0infantil. De acordo com o Minist\u00e9rio P\u00fablico do Trabalho da Bahia (MPT), com a condena\u00e7\u00e3o, a empresa dever\u00e1 adotar uma s\u00e9rie de medidas a fim de estabelecer rela\u00e7\u00f5es \u00e9ticas na cadeia produtiva, incluindo a formaliza\u00e7\u00e3o de contratos com todos os produtores e fornecedores de cacau e a implementa\u00e7\u00e3o de mecanismos fiscalizat\u00f3rios que identifiquem, previnam e erradiquem o trabalho an\u00e1logo ao de escravo, al\u00e9m de indeniza\u00e7\u00e3o no valor de R$600 mil a t\u00edtulo de dano moral coletivo. Segundo as procuradoras Margaret Matos, Bradiane Farias, Tatiana Amormino e Ana Maria Villa Real, que assinam a a\u00e7\u00e3o pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico do Trabalho, \u201cEssas odiosas e iniss\u00edveis situa\u00e7\u00f5es (trabalho infantil e trabalho em condi\u00e7\u00f5es an\u00e1logas \u00e0 de escravo), por \u00f3bvio, decorrem de um conjunto de fatores (como abordado acima), mas t\u00eam suas ra\u00edzes na extrema pobreza dos trabalhadores rurais que se disp\u00f5em a trabalhar na colheita do cacau, na aus\u00eancia de fiscaliza\u00e7\u00e3o efetiva das condi\u00e7\u00f5es de trabalho nessa atividade ao longo dos anos e, sobretudo, na gan\u00e2ncia de produtores e das ind\u00fastrias do cacau, que, na busca por maior lucro, fingem ignorar e compactuam com a submiss\u00e3o de trabalhadores da base dessa cadeia produtiva \u00e0 condi\u00e7\u00e3o an\u00e1loga \u00e0 de escravo e com a explora\u00e7\u00e3o do trabalho infantil.\u201d Em sua defesa, a empresa alegou que n\u00e3o h\u00e1 dever legal que imponha a fiscaliza\u00e7\u00e3o sobre a cadeia produtiva e destacou que n\u00e3o mant\u00e9m qualquer rela\u00e7\u00e3o de trabalho, pois atua como \u201cmero comprador\u201d. Ela tamb\u00e9m afirmou que possui programa eficaz de est\u00edmulo ao trabalho decente e combate ao trabalho infantil e que prev\u00ea a recusa no recebimento do produto e a rescis\u00e3o contratual caso sejam constatadas irregularidades. A ju\u00edza Naiara Lage Pereira, da Justi\u00e7a do Trabalho da Bahia, foi respons\u00e1vel por julgar o caso em primeira inst\u00e2ncia e afirmou n\u00e3o restar d\u00favida da pr\u00e1tica de trabalho an\u00e1logo ao de escravo e explora\u00e7\u00e3o do trabalho infantil nas fazendas de produ\u00e7\u00e3o de cacau nos Estados da Bahia e do Par\u00e1, bem como sobre o elo existente entre a Cargill e os fornecedores flagrados nas opera\u00e7\u00f5es. Segundo a magistrada, \u201cao privilegiar a contrata\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de readores, a Demandada fomenta cada vez mais o chamado sistema de terceiriza\u00e7\u00e3o material, dando margem para ampliar a precariza\u00e7\u00e3o das rela\u00e7\u00f5es de trabalho\u201d. Ela tamb\u00e9m pontuou que sua condena\u00e7\u00e3o \u00e9 o reconhecimento da responsabilidade da empresa na cadeia produtiva, n\u00e3o podendo a Cargill se omitir diante da grave realidade na produ\u00e7\u00e3o de cacau, em que a empresa \u00e9 uma das maiores e importantes benefici\u00e1rias. A decis\u00e3o judicial estabeleceu seis obriga\u00e7\u00f5es que devem ser cumpridas pela empresa, incluindo a produ\u00e7\u00e3o de campanha publicit\u00e1ria sobre o tema a ser reproduzida por durante, pelo menos, tr\u00eas anos. H\u00e1 previs\u00e3o de multa por descumprimento de R$10 mil por irregularidade constatada.","keywords":"Bahia, Minist\u00e9rio do Trabalho, Trabalho Escravo, Trabalho infantil, ","datePublished":"2023-09-28T08:06:44-03:00","dateModified":"2023-09-28T08:07:46-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2023\/09\/28\/cargill-foi-condenada-por-permitir-trabalho-escravo-e-infantil-na-producao-de-cacau-na-bahia\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2023\/09\/Ministerio-Publico-G1-1200x675.jpg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2023\/09\/Ministerio-Publico-G1-1200x900.jpg","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2023\/09\/Ministerio-Publico-G1-1200x675.jpg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2023\/09\/Ministerio-Publico-G1-675x675.jpg","width":"675","height":"675"}]},
{"@context":"https:\/\/schema.org\/","@type":"NewsArticle","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2023\/09\/28\/cargill-foi-condenada-por-permitir-trabalho-escravo-e-infantil-na-producao-de-cacau-na-bahia\/#newsarticle","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2023\/09\/28\/cargill-foi-condenada-por-permitir-trabalho-escravo-e-infantil-na-producao-de-cacau-na-bahia\/","headline":"Cargill foi condenada por permitir trabalho escravo e infantil na produ\u00e7\u00e3o de cacau na Bahia","mainEntityOfPage":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2023\/09\/28\/cargill-foi-condenada-por-permitir-trabalho-escravo-e-infantil-na-producao-de-cacau-na-bahia\/","datePublished":"2023-09-28T08:06:44-03:00","dateModified":"2023-09-28T08:07:46-03:00","description":"A empresa\u00a0Cargill\u00a0Agr\u00edcola S.A. foi condenada\u00a0em primeira inst\u00e2ncia, pela Justi\u00e7a do Trabalho, por in\u00e9rcia no combate ao trabalho escravo e infantil\u00a0dentro da\u00a0cadeia produtiva de cacau, ao comprar direta e indiretamente\u00a0mat\u00e9ria-prima\u00a0para produ\u00e7\u00e3o de chocolate e manteiga de cacau de produtores rurais que foram flagrados explorando\u00a0trabalho\u00a0an\u00e1logo ao de\u00a0escravid\u00e3o e\u00a0trabalho\u00a0infantil. De acordo com o Minist\u00e9rio P\u00fablico do Trabalho da","articleSection":"Rural","articleBody":"A empresa\u00a0Cargill\u00a0Agr\u00edcola S.A. foi condenada\u00a0em primeira inst\u00e2ncia, pela Justi\u00e7a do Trabalho, por in\u00e9rcia no combate ao trabalho escravo e infantil\u00a0dentro da\u00a0cadeia produtiva de cacau, ao comprar direta e indiretamente\u00a0mat\u00e9ria-prima\u00a0para produ\u00e7\u00e3o de chocolate e manteiga de cacau de produtores rurais que foram flagrados explorando\u00a0trabalho\u00a0an\u00e1logo ao de\u00a0escravid\u00e3o e\u00a0trabalho\u00a0infantil. De acordo com o Minist\u00e9rio P\u00fablico do Trabalho da Bahia (MPT), com a condena\u00e7\u00e3o, a empresa dever\u00e1 adotar uma s\u00e9rie de medidas a fim de estabelecer rela\u00e7\u00f5es \u00e9ticas na cadeia produtiva, incluindo a formaliza\u00e7\u00e3o de contratos com todos os produtores e fornecedores de cacau e a implementa\u00e7\u00e3o de mecanismos fiscalizat\u00f3rios que identifiquem, previnam e erradiquem o trabalho an\u00e1logo ao de escravo, al\u00e9m de indeniza\u00e7\u00e3o no valor de R$600 mil a t\u00edtulo de dano moral coletivo. Segundo as procuradoras Margaret Matos, Bradiane Farias, Tatiana Amormino e Ana Maria Villa Real, que assinam a a\u00e7\u00e3o pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico do Trabalho, \u201cEssas odiosas e iniss\u00edveis situa\u00e7\u00f5es (trabalho infantil e trabalho em condi\u00e7\u00f5es an\u00e1logas \u00e0 de escravo), por \u00f3bvio, decorrem de um conjunto de fatores (como abordado acima), mas t\u00eam suas ra\u00edzes na extrema pobreza dos trabalhadores rurais que se disp\u00f5em a trabalhar na colheita do cacau, na aus\u00eancia de fiscaliza\u00e7\u00e3o efetiva das condi\u00e7\u00f5es de trabalho nessa atividade ao longo dos anos e, sobretudo, na gan\u00e2ncia de produtores e das ind\u00fastrias do cacau, que, na busca por maior lucro, fingem ignorar e compactuam com a submiss\u00e3o de trabalhadores da base dessa cadeia produtiva \u00e0 condi\u00e7\u00e3o an\u00e1loga \u00e0 de escravo e com a explora\u00e7\u00e3o do trabalho infantil.\u201d Em sua defesa, a empresa alegou que n\u00e3o h\u00e1 dever legal que imponha a fiscaliza\u00e7\u00e3o sobre a cadeia produtiva e destacou que n\u00e3o mant\u00e9m qualquer rela\u00e7\u00e3o de trabalho, pois atua como \u201cmero comprador\u201d. Ela tamb\u00e9m afirmou que possui programa eficaz de est\u00edmulo ao trabalho decente e combate ao trabalho infantil e que prev\u00ea a recusa no recebimento do produto e a rescis\u00e3o contratual caso sejam constatadas irregularidades. A ju\u00edza Naiara Lage Pereira, da Justi\u00e7a do Trabalho da Bahia, foi respons\u00e1vel por julgar o caso em primeira inst\u00e2ncia e afirmou n\u00e3o restar d\u00favida da pr\u00e1tica de trabalho an\u00e1logo ao de escravo e explora\u00e7\u00e3o do trabalho infantil nas fazendas de produ\u00e7\u00e3o de cacau nos Estados da Bahia e do Par\u00e1, bem como sobre o elo existente entre a Cargill e os fornecedores flagrados nas opera\u00e7\u00f5es. Segundo a magistrada, \u201cao privilegiar a contrata\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de readores, a Demandada fomenta cada vez mais o chamado sistema de terceiriza\u00e7\u00e3o material, dando margem para ampliar a precariza\u00e7\u00e3o das rela\u00e7\u00f5es de trabalho\u201d. Ela tamb\u00e9m pontuou que sua condena\u00e7\u00e3o \u00e9 o reconhecimento da responsabilidade da empresa na cadeia produtiva, n\u00e3o podendo a Cargill se omitir diante da grave realidade na produ\u00e7\u00e3o de cacau, em que a empresa \u00e9 uma das maiores e importantes benefici\u00e1rias. A decis\u00e3o judicial estabeleceu seis obriga\u00e7\u00f5es que devem ser cumpridas pela empresa, incluindo a produ\u00e7\u00e3o de campanha publicit\u00e1ria sobre o tema a ser reproduzida por durante, pelo menos, tr\u00eas anos. H\u00e1 previs\u00e3o de multa por descumprimento de R$10 mil por irregularidade constatada.","keywords":["Bahia"," Minist\u00e9rio do Trabalho"," Trabalho Escravo"," Trabalho infantil"," "],"name":"Cargill foi condenada por permitir trabalho escravo e infantil na produ\u00e7\u00e3o de cacau na Bahia","thumbnailUrl":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2023\/09\/Ministerio-Publico-G1-150x150.jpg","wordCount":"490","timeRequired":"PT2M10S","mainEntity":{"@type":"WebPage","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2023\/09\/28\/cargill-foi-condenada-por-permitir-trabalho-escravo-e-infantil-na-producao-de-cacau-na-bahia\/"},"author":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"Aleff Melo","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/aleff-melo\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/2ad841c1b8b73b7c499077410eb73863d89bd1ae362ceffa148f4073c7942779?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"speakable":{"@type":"SpeakableSpecification","xpath":["\/html\/head\/title","\/html\/head\/meta[@name='description']\/@content"]},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2023\/09\/28\/cargill-foi-condenada-por-permitir-trabalho-escravo-e-infantil-na-producao-de-cacau-na-bahia\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2023\/09\/Ministerio-Publico-G1-1200x675.jpg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2023\/09\/Ministerio-Publico-G1-1200x900.jpg","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2023\/09\/Ministerio-Publico-G1-1200x675.jpg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2023\/09\/Ministerio-Publico-G1-675x675.jpg","width":"675","height":"675"}]}]
A empresa Cargill Agrícola S.A. foi condenada em primeira instância, pela Justiça do Trabalho, por inércia no combate ao trabalho escravo e infantil dentro da cadeia produtiva de cacau, ao comprar direta e indiretamente matéria-prima para produção de chocolate e manteiga de cacau de produtores rurais que foram flagrados explorando trabalho análogo ao de escravidão e trabalho infantil.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT), com a condenação, a empresa deverá adotar uma série de medidas a fim de estabelecer relações éticas na cadeia produtiva, incluindo a formalização de contratos com todos os produtores e fornecedores de cacau e a implementação de mecanismos fiscalizatórios que identifiquem, previnam e erradiquem o trabalho análogo ao de escravo, além de indenização no valor de R$600 mil a título de dano moral coletivo.
Segundo as procuradoras Margaret Matos, Bradiane Farias, Tatiana Amormino e Ana Maria Villa Real, que assinam a ação pelo Ministério Público do Trabalho, “Essas odiosas e inissíveis situações (trabalho infantil e trabalho em condições análogas à de escravo), por óbvio, decorrem de um conjunto de fatores (como abordado acima), mas têm suas raízes na extrema pobreza dos trabalhadores rurais que se dispõem a trabalhar na colheita do cacau, na ausência de fiscalização efetiva das condições de trabalho nessa atividade ao longo dos anos e, sobretudo, na ganância de produtores e das indústrias do cacau, que, na busca por maior lucro, fingem ignorar e compactuam com a submissão de trabalhadores da base dessa cadeia produtiva à condição análoga à de escravo e com a exploração do trabalho infantil.”
Em sua defesa, a empresa alegou que não há dever legal que imponha a fiscalização sobre a cadeia produtiva e destacou que não mantém qualquer relação de trabalho, pois atua como “mero comprador”. Ela também afirmou que possui programa eficaz de estímulo ao trabalho decente e combate ao trabalho infantil e que prevê a recusa no recebimento do produto e a rescisão contratual caso sejam constatadas irregularidades.
A juíza Naiara Lage Pereira, da Justiça do Trabalho da Bahia, foi responsável por julgar o caso em primeira instância e afirmou não restar dúvida da prática de trabalho análogo ao de escravo e exploração do trabalho infantil nas fazendas de produção de cacau nos Estados da Bahia e do Pará, bem como sobre o elo existente entre a Cargill e os fornecedores flagrados nas operações.
Segundo a magistrada, “ao privilegiar a contratação através de readores, a Demandada fomenta cada vez mais o chamado sistema de terceirização material, dando margem para ampliar a precarização das relações de trabalho”. Ela também pontuou que sua condenação é o reconhecimento da responsabilidade da empresa na cadeia produtiva, não podendo a Cargill se omitir diante da grave realidade na produção de cacau, em que a empresa é uma das maiores e importantes beneficiárias.
A decisão judicial estabeleceu seis obrigações que devem ser cumpridas pela empresa, incluindo a produção de campanha publicitária sobre o tema a ser reproduzida por durante, pelo menos, três anos. Há previsão de multa por descumprimento de R$10 mil por irregularidade constatada.