Depois de três meses com chuvas volumosas e bem distribuídas, a região de Guanambi chegou, nesta sexta-feira (24), à marca de 28 dias sem registro de precipitações expressivas. Além disso, as previsões do modelos meteorológicos não apontam para possibilidade de novas ocorrências antes da segunda semana de março.
Havia expectativa de chuvas durante os dias de Carnaval, no entanto, as nuvens carregadas foram para o Oeste e Sudeste do país. O registro de mais de 680 mm em um intervalo de 24h no último fim de semana na cidade de Bertioga, no Litoral Norte de São Paulo, foi o maior da história das medições no Brasil, produzindo uma tragédia sem precedentes nas localidades atingidas, com dezenas de mortos e milhares de desabrigados ou desalojados.
Em Guanambi e cidades vizinhas, houve apenas alguns registros de chuvas isoladas em algumas localidade durante os dias que antecedem o feriado. O ingresso do vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) afastou as nuvens de chuva de toda parte central da Bahia, o que é normal ocorrer nesta época do ano.
Com as chuvas afastadas, o calor tem predominado e deve continuar na região, com máximas sempre na casa dos 35ºC e umidade relativa do ar abaixo de 30%. Estas condições já começam a afetar as atividades agrícolas, com prejuízos no desenvolvimento das lavouras e de pastagens.
As previsões de longo prazo apontam que as condições só ficarão favoráveis novamente à ocorrência de novas chuvas por volta de 10 de março, quando pode ser configurada uma nova convergência de umidade com abrangência na região. Entretanto, ainda é cedo para afirmar de que forma estas condições favorecerão a mudança do cenário de estiagem nestas localidades.
Acumulado
O acumulado da temporada chuvosa, iniciada em setembro do ano ado, já é de 829 mm, um a mais do que os 828 mm registrados na estação chuvosa anterior (2021-2022). Os dados são do pluviômetro da Agência Sertão, localizado no Centro de Guanambi.
A marca foi alcançada em 24 de janeiro, quando foi registrada a última chuva na cidade, com acumulado de 62 mm no dia.
As medições da Agência Sertão foram iniciadas em 2017 e esta foi a primeira vez que o acumulado superou os 800 mm ainda no início do ano. Caso as chuvas previstas para março se concretizem, o volume poderá superar os 900 mm, o que não é muito comum de acontecer na região, cuja média histórica é de cerca de 760 mm.