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Chamado de terapia celular CAR-T, o procedimento j\u00e1 \u00e9 adotado nos Estados Unidos como \u201c\u00faltimo recurso\u201d para tratar linfomas e leucemias avan\u00e7adas.","articleBody":"Pela primeira vez na Am\u00e9rica Latina, m\u00e9dicos da Universidade de S\u00e3o Paulo (USP) realizaram com sucesso um tratamento com o uso de c\u00e9lulas T alteradas em laborat\u00f3rio para combater c\u00e9lulas cancer\u00edgenas de linfoma. Chamado de terapia celular CAR-T, o procedimento j\u00e1 \u00e9 adotado nos Estados Unidos como \u201c\u00faltimo recurso\u201d para tratar linfomas e leucemias avan\u00e7adas. O tratamento, realizado no Hospital das Cl\u00ednicas da Faculdade de Medicina de Ribeir\u00e3o Preto, no interior paulista, foi aplicado, no in\u00edcio de setembro, o aposentado Vamberto Castro de 62 anos, com linfoma em estado grave e sem resposta a tratamentos convencionais para a doen\u00e7a. \u201cO paciente tinha um c\u00e2ncer em um est\u00e1gio terminal, j\u00e1 tinha sido submetido a quatro tipos diferentes de tratamento, sem resposta. Estava no que n\u00f3s chamamos tratamento comivo, que \u00e9 tratamento sintom\u00e1tico, esperando o desencadear normal, que \u00e9 o \u00f3bito. Estava na fila dos sem possibilidade de tratamento\u201d, lembra o m\u00e9dico Dimas Tadeu Covas, coordenador do Centro de Terapia Celular (CTC) da Faculdade de Medicina de Ribeir\u00e3o Preto, da USP. Cerca de 20 dias ap\u00f3s o in\u00edcio do tratamento, a resposta de sa\u00fade do paciente foi promissora: os exames aram a mostrar que as c\u00e9lulas cancer\u00edgenas desapareceram. \u201cEle teve essa resposta quase milagrosa. Em um m\u00eas, a doen\u00e7a desapareceu. Para essa situa\u00e7\u00e3o, existem experi\u00eancias americanas que o \u00edndice \u00e9 superior a 80% de cura. Pacientes que estavam condenados, como esse do nosso caso, t\u00eam 80% de chance de cura com uma \u00fanica aplica\u00e7\u00e3o desse tratamento\u201d, destaca o m\u00e9dico. \u201cDa\u00ed a sua caracter\u00edstica revolucion\u00e1ria. As pessoas n\u00e3o acreditam na resposta t\u00e3o r\u00e1pida em um curto espa\u00e7o de tempo\u201d, acrescenta Covas. O paciente, que deve ter alta no pr\u00f3ximo s\u00e1bado (12), ser\u00e1 acompanhado por uma equipe m\u00e9dica, por pelo menos 10 anos, para que se saiba a efetividade do procedimento. Terapia celular CAR-T O linfoma combatido com o novo tratamento \u00e9 um tipo de c\u00e2ncer que afeta o sistema imunol\u00f3gico. O paciente sofria de uma forma avan\u00e7ada de linfoma de c\u00e9lulas B, que n\u00e3o havia respondido a nenhum dos tratamentos de quimioterapia e radioterapia indicados para o caso. O progn\u00f3stico era de menos de um ano de vida. Diante da falta de resultado das terapias convencionais dispon\u00edveis, o doente foi autorizado a se submeter ao tratamento com as chamadas c\u00e9lulas CAR-T, ainda em fase de pesquisa. A aplica\u00e7\u00e3o do novo procedimento foi coordenado pelo m\u00e9dico hematologista Renato Cunha, pesquisador associado do Centro de Terapia Celular da USP, que conta com apoio pela Funda\u00e7\u00e3o de Amparo \u00e0 Pesquisa do Estado de S\u00e3o Paulo (Fapesp). A forma de terapia celular usada em Ribeir\u00e3o Preto \u00e9 a CAR-T, na qual as c\u00e9lulas T do paciente (um tipo de c\u00e9lula do sistema imunol\u00f3gico) s\u00e3o alteradas em laborat\u00f3rio para reconhecer e atacar as c\u00e9lulas cancer\u00edgenas ou tumorais. O termo CAR refere-se a um receptor de ant\u00edgeno quim\u00e9rico (chimeric antigen receptor, em ingl\u00eas). \u201cA terapia consiste em modificar geneticamente c\u00e9lulas T para torn\u00e1-las mais eficazes no combate ao c\u00e2ncer. Esta forma de terapia celular \u00e9 justamente indicada para aqueles casos que n\u00e3o respondem a nenhuma outra forma de tratamento,\u201d explica Cunha. Depois que as c\u00e9lulas T do paciente foram coletadas e geneticamente modificadas, a equipe de Cunha as reinjetou na corrente sangu\u00ednea, num procedimento chamado infus\u00e3o. \u201cFeito isto, as c\u00e9lulas T modificadas aram a se multiplicar aos milh\u00f5es no organismo do paciente, fazendo com que o sistema imune deste asse a identificar as c\u00e9lulas tumorais do linfoma como inimigos a serem atacados e destru\u00eddos.\u201d De acordo com o hematologista, os resultados da terapia celular para o tratamento das formas mais agressivas de c\u00e2ncer s\u00e3o t\u00e3o espetaculares, que seu desenvolvimento rendeu o Pr\u00eamio Nobel de Medicina de 2018. Os premiados foram os dois pioneiros da terapia celular, o norte-americano James Allison e o japon\u00eas Tasuku Honjo. Vamberto Castro recebe tratamento de m\u00e9dicos da USP que fez desaparecer c\u00e9lulas de linfoma - Divulga\u00e7\u00e3o\/USP Vit\u00f3ria da sa\u00fade p\u00fablica Dimas Covas disse que a realiza\u00e7\u00e3o com sucesso do tratamento no Brasil significa um avan\u00e7o cient\u00edfico, econ\u00f4mico, social e do setor de sa\u00fade p\u00fablica.\u00a0 \u201cN\u00f3s temos v\u00e1rios avan\u00e7os. Primeiro, o avan\u00e7o cient\u00edfico \u2013 n\u00f3s conseguimos fugir das grandes companhias, das patentes das multinacionais, porque isso \u00e9 um desenvolvimento pr\u00f3prio, brasileiro. Segundo, isso \u00e9 feito dentro de um instituto p\u00fablico \u2013 \u00e9 um tratamento destinado aos pacientes do setor p\u00fablico, do SUS .\u201d \u201cHoje, nos Estados Unidos, existem s\u00f3 duas companhias que oferecem esse tratamento. Em outras partes do mundo, ele ainda n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel. Poucos pa\u00edses do mundo t\u00eam esse tipo de tratamento sendo ofertado a popula\u00e7\u00e3o, principalmente na \u00e1rea p\u00fablica\u201d, enfatizou o m\u00e9dico. Ele informou que, nos Estados Unidos, a produ\u00e7\u00e3o das c\u00e9lulas a partir da qual \u00e9 feito um \u00fanico tratamento custa US$ 400 mil. E o paciente tem os gastos da interna\u00e7\u00e3o em unidade de transplante e demais despesas m\u00e9dicas. O tratamento completo chega a US$ 1 milh\u00e3o para uma \u00fanica pessoa. \"A\u00ed se tem uma ideia do impacto que isso causaria no Brasil se n\u00e3o houvesse uma tecnologia nacional dispon\u00edvel. Como \u00e9 um desenvolvimento da \u00e1rea p\u00fablica, a terapia poder\u00e1 ser disseminada para outros laborat\u00f3rios. Esse conhecimento que n\u00f3s adquirimos pode ser replicado em outros laborat\u00f3rios e com outros tipos de tratamento\u201d, ressaltou. Antes de ser disponibilizado no SUS, o procedimento dever\u00e1 cumprir os requisitos regulat\u00f3rios da Ag\u00eancia Nacional de Vigil\u00e2ncia Sanit\u00e1ria (Anvisa). A pesquisa dever\u00e1 incluir mais 10 pacientes nos pr\u00f3ximos seis meses, mas ainda n\u00e3o h\u00e1 prazo para que o tratamento seja feito em larga escala. Segundo Covas, isso deve ocorrer na medida em que ocorram adapta\u00e7\u00f5es nos laborat\u00f3rios de produ\u00e7\u00e3o, o que exigir\u00e1 investimentos. \u201cO conhecimento est\u00e1 dispon\u00edvel, agora \u00e9 uma quest\u00e3o de definir a estrat\u00e9gia para que isso aconte\u00e7a.\u201d Ele destacou ainda que, \u201cfelizmente\", os investimentos necess\u00e1rios para amplia\u00e7\u00e3o da capacidade produtiva s\u00e3o \"de pequena monta, da ordem de R$ 10 milh\u00f5es\u201d. A capacidade brasileira atual \u00e9 de fazer um tratamento por m\u00eas. \u201cN\u00f3s estamos demonstrando que dominamos a tecnologia, porque o paciente respondeu, ent\u00e3o, ela funciona, o produto atingiu o que se esperava dele. Agora \u00e9 o seguinte: isso \u00e9 produzido em um laborat\u00f3rio, n\u00f3s temos capacidade de produ\u00e7\u00e3o, de tratamento, de um por m\u00eas, porque ele \u00e9 um processo laboratorial\u201d, concluiu o coordenador do Centro de Terapia Celular (CTC) da Faculdade de Medicina de Ribeir\u00e3o Preto. Mat\u00e9ria alterada \u00e0s 23h09 para altera\u00e7\u00e3o no t\u00edtulo Edi\u00e7\u00e3o: N\u00e1dia Franco","keywords":"","datePublished":"2019-10-11T12:01:24-03:00","dateModified":"2019-10-11T12:01:24-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Ag\u00eancia Brasil EBC","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/agenciabrasil\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/74ab75c9c99b3865acded579ea3318dcbd236f565e51e52c5d3b72b34b76e50c?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"Ag\u00eancia Brasil EBC","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/agenciabrasil\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/74ab75c9c99b3865acded579ea3318dcbd236f565e51e52c5d3b72b34b76e50c?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/10\/11\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/10\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma_5da08d15d55ce-1-1200x800.jpeg","width":"1200","height":"800"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/10\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma_5da08d15d55ce-1-1200x900.jpeg","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/10\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma_5da08d15d55ce-1-1200x675.jpeg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/10\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma_5da08d15d55ce-1-800x800.jpeg","width":"800","height":"800"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com.br\/wp-content\/s\/2019\/10\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma_5da08d17dd970.jpeg","width":0,"height":0,"caption":"Tratamento de m\u00e9dicos da USP faz desaparecer c\u00e9lulas de linfoma"}]},
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Terapia celular CAR-T O linfoma combatido com o novo tratamento \u00e9 um tipo de c\u00e2ncer que afeta o sistema imunol\u00f3gico. O paciente sofria de uma forma avan\u00e7ada de linfoma de c\u00e9lulas B, que n\u00e3o havia respondido a nenhum dos tratamentos de quimioterapia e radioterapia indicados para o caso. O progn\u00f3stico era de menos de um ano de vida. Diante da falta de resultado das terapias convencionais dispon\u00edveis, o doente foi autorizado a se submeter ao tratamento com as chamadas c\u00e9lulas CAR-T, ainda em fase de pesquisa. A aplica\u00e7\u00e3o do novo procedimento foi coordenado pelo m\u00e9dico hematologista Renato Cunha, pesquisador associado do Centro de Terapia Celular da USP, que conta com apoio pela Funda\u00e7\u00e3o de Amparo \u00e0 Pesquisa do Estado de S\u00e3o Paulo (Fapesp). 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Depois que as c\u00e9lulas T do paciente foram coletadas e geneticamente modificadas, a equipe de Cunha as reinjetou na corrente sangu\u00ednea, num procedimento chamado infus\u00e3o. \u201cFeito isto, as c\u00e9lulas T modificadas aram a se multiplicar aos milh\u00f5es no organismo do paciente, fazendo com que o sistema imune deste asse a identificar as c\u00e9lulas tumorais do linfoma como inimigos a serem atacados e destru\u00eddos.\u201d De acordo com o hematologista, os resultados da terapia celular para o tratamento das formas mais agressivas de c\u00e2ncer s\u00e3o t\u00e3o espetaculares, que seu desenvolvimento rendeu o Pr\u00eamio Nobel de Medicina de 2018. Os premiados foram os dois pioneiros da terapia celular, o norte-americano James Allison e o japon\u00eas Tasuku Honjo. Vamberto Castro recebe tratamento de m\u00e9dicos da USP que fez desaparecer c\u00e9lulas de linfoma - Divulga\u00e7\u00e3o\/USP Vit\u00f3ria da sa\u00fade p\u00fablica Dimas Covas disse que a realiza\u00e7\u00e3o com sucesso do tratamento no Brasil significa um avan\u00e7o cient\u00edfico, econ\u00f4mico, social e do setor de sa\u00fade p\u00fablica.\u00a0 \u201cN\u00f3s temos v\u00e1rios avan\u00e7os. Primeiro, o avan\u00e7o cient\u00edfico \u2013 n\u00f3s conseguimos fugir das grandes companhias, das patentes das multinacionais, porque isso \u00e9 um desenvolvimento pr\u00f3prio, brasileiro. Segundo, isso \u00e9 feito dentro de um instituto p\u00fablico \u2013 \u00e9 um tratamento destinado aos pacientes do setor p\u00fablico, do SUS .\u201d \u201cHoje, nos Estados Unidos, existem s\u00f3 duas companhias que oferecem esse tratamento. Em outras partes do mundo, ele ainda n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel. Poucos pa\u00edses do mundo t\u00eam esse tipo de tratamento sendo ofertado a popula\u00e7\u00e3o, principalmente na \u00e1rea p\u00fablica\u201d, enfatizou o m\u00e9dico. Ele informou que, nos Estados Unidos, a produ\u00e7\u00e3o das c\u00e9lulas a partir da qual \u00e9 feito um \u00fanico tratamento custa US$ 400 mil. E o paciente tem os gastos da interna\u00e7\u00e3o em unidade de transplante e demais despesas m\u00e9dicas. O tratamento completo chega a US$ 1 milh\u00e3o para uma \u00fanica pessoa. \"A\u00ed se tem uma ideia do impacto que isso causaria no Brasil se n\u00e3o houvesse uma tecnologia nacional dispon\u00edvel. Como \u00e9 um desenvolvimento da \u00e1rea p\u00fablica, a terapia poder\u00e1 ser disseminada para outros laborat\u00f3rios. Esse conhecimento que n\u00f3s adquirimos pode ser replicado em outros laborat\u00f3rios e com outros tipos de tratamento\u201d, ressaltou. Antes de ser disponibilizado no SUS, o procedimento dever\u00e1 cumprir os requisitos regulat\u00f3rios da Ag\u00eancia Nacional de Vigil\u00e2ncia Sanit\u00e1ria (Anvisa). A pesquisa dever\u00e1 incluir mais 10 pacientes nos pr\u00f3ximos seis meses, mas ainda n\u00e3o h\u00e1 prazo para que o tratamento seja feito em larga escala. Segundo Covas, isso deve ocorrer na medida em que ocorram adapta\u00e7\u00f5es nos laborat\u00f3rios de produ\u00e7\u00e3o, o que exigir\u00e1 investimentos. \u201cO conhecimento est\u00e1 dispon\u00edvel, agora \u00e9 uma quest\u00e3o de definir a estrat\u00e9gia para que isso aconte\u00e7a.\u201d Ele destacou ainda que, \u201cfelizmente\", os investimentos necess\u00e1rios para amplia\u00e7\u00e3o da capacidade produtiva s\u00e3o \"de pequena monta, da ordem de R$ 10 milh\u00f5es\u201d. A capacidade brasileira atual \u00e9 de fazer um tratamento por m\u00eas. \u201cN\u00f3s estamos demonstrando que dominamos a tecnologia, porque o paciente respondeu, ent\u00e3o, ela funciona, o produto atingiu o que se esperava dele. Agora \u00e9 o seguinte: isso \u00e9 produzido em um laborat\u00f3rio, n\u00f3s temos capacidade de produ\u00e7\u00e3o, de tratamento, de um por m\u00eas, porque ele \u00e9 um processo laboratorial\u201d, concluiu o coordenador do Centro de Terapia Celular (CTC) da Faculdade de Medicina de Ribeir\u00e3o Preto. Mat\u00e9ria alterada \u00e0s 23h09 para altera\u00e7\u00e3o no t\u00edtulo Edi\u00e7\u00e3o: N\u00e1dia Franco","keywords":"","name":"Tratamento de m\u00e9dicos da USP faz desaparecer c\u00e9lulas de linfoma","thumbnailUrl":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/10\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma_5da08d15d55ce-1-150x150.jpeg","wordCount":"1039","timeRequired":"PT4M37S","mainEntity":{"@type":"WebPage","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/10\/11\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma\/"},"author":{"@type":"Person","name":"Ag\u00eancia Brasil EBC","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/agenciabrasil\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/74ab75c9c99b3865acded579ea3318dcbd236f565e51e52c5d3b72b34b76e50c?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"Ag\u00eancia Brasil EBC","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/agenciabrasil\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/74ab75c9c99b3865acded579ea3318dcbd236f565e51e52c5d3b72b34b76e50c?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"speakable":{"@type":"SpeakableSpecification","xpath":["\/html\/head\/title","\/html\/head\/meta[@name='description']\/@content"]},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/10\/11\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/10\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma_5da08d15d55ce-1-1200x800.jpeg","width":"1200","height":"800"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/10\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma_5da08d15d55ce-1-1200x900.jpeg","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/10\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma_5da08d15d55ce-1-1200x675.jpeg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/10\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma_5da08d15d55ce-1-800x800.jpeg","width":"800","height":"800"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com.br\/wp-content\/s\/2019\/10\/tratamento-de-medicos-da-usp-faz-desaparecer-celulas-de-linfoma_5da08d17dd970.jpeg","width":0,"height":0,"caption":"Tratamento de m\u00e9dicos da USP faz desaparecer c\u00e9lulas de linfoma"}]}]
Pela primeira vez na América Latina, médicos da Universidade de São Paulo (USP) realizaram com sucesso um tratamento com o uso de células T alteradas em laboratório para combater células cancerígenas de linfoma. Chamado de terapia celular CAR-T, o procedimento já é adotado nos Estados Unidos como “último recurso” para tratar linfomas e leucemias avançadas.
O tratamento, realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, no interior paulista, foi aplicado, no início de setembro, o aposentado Vamberto Castro de 62 anos, com linfoma em estado grave e sem resposta a tratamentos convencionais para a doença.
“O paciente tinha um câncer em um estágio terminal, já tinha sido submetido a quatro tipos diferentes de tratamento, sem resposta. Estava no que nós chamamos tratamento comivo, que é tratamento sintomático, esperando o desencadear normal, que é o óbito. Estava na fila dos sem possibilidade de tratamento”, lembra o médico Dimas Tadeu Covas, coordenador do Centro de Terapia Celular (CTC) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP.
Cerca de 20 dias após o início do tratamento, a resposta de saúde do paciente foi promissora: os exames aram a mostrar que as células cancerígenas desapareceram. “Ele teve essa resposta quase milagrosa. Em um mês, a doença desapareceu. Para essa situação, existem experiências americanas [que mostram] que o índice é superior a 80% de cura. Pacientes que estavam condenados, como esse do nosso caso, têm 80% de chance de cura com uma única aplicação desse tratamento”, destaca o médico.
“Daí a sua característica revolucionária. As pessoas não acreditam na resposta tão rápida em um curto espaço de tempo”, acrescenta Covas. O paciente, que deve ter alta no próximo sábado (12), será acompanhado por uma equipe médica, por pelo menos 10 anos, para que se saiba a efetividade do procedimento.
Terapia celular CAR-T
O linfoma combatido com o novo tratamento é um tipo de câncer que afeta o sistema imunológico. O paciente sofria de uma forma avançada de linfoma de células B, que não havia respondido a nenhum dos tratamentos de quimioterapia e radioterapia indicados para o caso. O prognóstico era de menos de um ano de vida.
Diante da falta de resultado das terapias convencionais disponíveis, o doente foi autorizado a se submeter ao tratamento com as chamadas células CAR-T, ainda em fase de pesquisa. A aplicação do novo procedimento foi coordenado pelo médico hematologista Renato Cunha, pesquisador associado do Centro de Terapia Celular da USP, que conta com apoio pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A forma de terapia celular usada em Ribeirão Preto é a CAR-T, na qual as células T do paciente (um tipo de célula do sistema imunológico) são alteradas em laboratório para reconhecer e atacar as células cancerígenas ou tumorais. O termo CAR refere-se a um receptor de antígeno quimérico (chimeric antigen receptor, em inglês).
“A terapia consiste em modificar geneticamente células T para torná-las mais eficazes no combate ao câncer. Esta forma de terapia celular é justamente indicada para aqueles casos que não respondem a nenhuma outra forma de tratamento,” explica Cunha.
Depois que as células T do paciente foram coletadas e geneticamente modificadas, a equipe de Cunha as reinjetou na corrente sanguínea, num procedimento chamado infusão. “Feito isto, as células T modificadas aram a se multiplicar aos milhões no organismo do paciente, fazendo com que o sistema imune deste asse a identificar as células tumorais do linfoma como inimigos a serem atacados e destruídos.”
De acordo com o hematologista, os resultados da terapia celular para o tratamento das formas mais agressivas de câncer são tão espetaculares, que seu desenvolvimento rendeu o Prêmio Nobel de Medicina de 2018. Os premiados foram os dois pioneiros da terapia celular, o norte-americano James Allison e o japonês Tasuku Honjo.
Vamberto Castro recebe tratamento de médicos da USP que fez desaparecer células de linfoma – Divulgação/USP
Vitória da saúde pública
Dimas Covas disse que a realização com sucesso do tratamento no Brasil significa um avanço científico, econômico, social e do setor de saúde pública. “Nós temos vários avanços. Primeiro, o avanço científico – nós conseguimos fugir das grandes companhias, das patentes das multinacionais, porque isso é um desenvolvimento próprio, brasileiro. Segundo, isso é feito dentro de um instituto público – é um tratamento destinado aos pacientes do setor público, do SUS [Sistema Único de Saúde].”
“Hoje, nos Estados Unidos, existem só duas companhias que oferecem esse tratamento. Em outras partes do mundo, ele ainda não está disponível. Poucos países do mundo têm esse tipo de tratamento sendo ofertado a população, principalmente na área pública”, enfatizou o médico.
Ele informou que, nos Estados Unidos, a produção das células a partir da qual é feito um único tratamento custa US$ 400 mil. E o paciente tem os gastos da internação em unidade de transplante e demais despesas médicas. O tratamento completo chega a US$ 1 milhão para uma única pessoa. “Aí se tem uma ideia do impacto que isso causaria no Brasil se não houvesse uma tecnologia nacional disponível. Como é um desenvolvimento da área pública, a terapia poderá ser disseminada para outros laboratórios. Esse conhecimento que nós adquirimos pode ser replicado em outros laboratórios e com outros tipos de tratamento”, ressaltou.
Antes de ser disponibilizado no SUS, o procedimento deverá cumprir os requisitos regulatórios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A pesquisa deverá incluir mais 10 pacientes nos próximos seis meses, mas ainda não há prazo para que o tratamento seja feito em larga escala. Segundo Covas, isso deve ocorrer na medida em que ocorram adaptações nos laboratórios de produção, o que exigirá investimentos. “O conhecimento está disponível, agora é uma questão de definir a estratégia para que isso aconteça.” Ele destacou ainda que, “felizmente”, os investimentos necessários para ampliação da capacidade produtiva são “de pequena monta, da ordem de R$ 10 milhões”.
A capacidade brasileira atual é de fazer um tratamento por mês. “Nós estamos demonstrando que dominamos a tecnologia, porque o paciente respondeu, então, ela funciona, o produto atingiu o que se esperava dele. Agora é o seguinte: isso é produzido em um laboratório, nós temos capacidade de produção, de tratamento, de um por mês, porque ele é um processo laboratorial”, concluiu o coordenador do Centro de Terapia Celular (CTC) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
Matéria alterada às 23h09 para alteração no título