/*! This file is auto-generated */
.wp-block-button__link{color:#fff;background-color:#32373c;border-radius:9999px;box-shadow:none;text-decoration:none;padding:calc(.667em + 2px) calc(1.333em + 2px);font-size:1.125em}.wp-block-file__button{background:#32373c;color:#fff;text-decoration:none} [{"@context":"https:\/\/schema.org\/","@type":"BlogPosting","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/09\/21\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro\/#BlogPosting","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/09\/21\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro\/","inLanguage":"pt-BR","mainEntityOfPage":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/09\/21\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro\/","headline":"De Salvini a Netanyahu, o ‘inferno astral’ dos principais aliados internacionais de Bolsonaro","description":"\"Parabenizo (Benjamin) Netanyahu pela grande vit\u00f3ria e pela renova\u00e7\u00e3o de seu mandato como primeiro-ministro de Israel. Bibi \u00e9 um grande l\u00edder e seguiremos trabalhando juntos pela prosperidade e pela paz dos nossos povos, com base em nossos valores e convic\u00e7\u00f5es profundas\", escreveu no Twitter, em 11 de abril, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Na ocasi\u00e3o,","articleBody":"\"Parabenizo (Benjamin) Netanyahu pela grande vit\u00f3ria e pela renova\u00e7\u00e3o de seu mandato como primeiro-ministro de Israel. Bibi \u00e9 um grande l\u00edder e seguiremos trabalhando juntos pela prosperidade e pela paz dos nossos povos, com base em nossos valores e convic\u00e7\u00f5es profundas\", escreveu no Twitter, em 11 de abril, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Na ocasi\u00e3o, o partido de Netanyahu, Likud, havia sido o mais votado nas elei\u00e7\u00f5es gerais de Israel, fazendo do premi\u00ea o mais longevo da hist\u00f3ria do pa\u00eds - ele j\u00e1 acumula dez anos no cargo. Bolsonaro havia acabado de fazer uma visita de Estado a Israel, onde fora recebido com honrarias por Netanyahu. Os dois firmaram acordos de coopera\u00e7\u00e3o, e Bolsonaro acompanhou o premi\u00ea em uma ida ao Muro das Lamenta\u00e7\u00f5es \u2014 algo raro na pol\u00edtica externa, uma vez que l\u00edderes que visitam Israel costumam ir ao local sozinhos, para que o epis\u00f3dio n\u00e3o seja interpretado como um endosso \u00e0 reivindica\u00e7\u00e3o israelense de uma \u00e1rea de Jerusal\u00e9m que tamb\u00e9m \u00e9 pleiteada pelos palestinos. Bolsonaro tamb\u00e9m concluiu a visita com o \"compromisso\", em suas pr\u00f3prias palavras, de mudar a embaixada brasileira para Jerusal\u00e9m, medida que tamb\u00e9m causaria atritos na comunidade internacional. Por enquanto, por\u00e9m, anunciou apenas um escrit\u00f3rio comercial na cidade sagrada. O problema de todos esses acenos a Netanyahu \u00e9 que, desde ent\u00e3o, o premi\u00ea israelense sofreu importantes percal\u00e7os que podem tir\u00e1-lo do poder, complicando seu futuro, uma vez que ele \u00e9 alvo de acusa\u00e7\u00f5es de corrup\u00e7\u00e3o (as quais nega). Naquele m\u00eas de abril, ele n\u00e3o conseguiu formar uma coaliz\u00e3o de governo e convocou elei\u00e7\u00f5es gerais, que foram realizadas na \u00faltima ter\u00e7a-feira (17\/9). O resultado do pleito \u00e9 que Netanyahu saiu enfraquecido: os resultados finais ainda n\u00e3o foram divulgados, mas com 95% das urnas apuradas at\u00e9 sexta feira (20), o principal advers\u00e1rio do premi\u00ea, o partido Azul e Branco (centro-esquerda), lidera as apura\u00e7\u00f5es e deve ficar com estimadas 33 cadeiras das 120 do Parlamento israelense \u2014 provavelmente duas cadeiras a mais do que o Likud. Netanyahu itiu na quinta-feira que teria dificuldades em formar uma coaliz\u00e3o de direita e, segundo a ag\u00eancia AFP, chamou Benny Gantz, l\u00edder do Azul e Branco, para um governo de unidade. Gantz respondeu que, nas atuais circunst\u00e2ncias, ele pr\u00f3prio, e n\u00e3o Netanyahu, \u00e9 quem deveria ser premi\u00ea. It\u00e1lia e Argentina A poss\u00edvel troca de comando em Israel \u00e9 uma entre outras dificuldades enfrentadas hoje por l\u00edderes internacionais de quem Bolsonaro se aproximou - na It\u00e1lia, na Argentina e nos EUA. Um desses aliados \u00e9 o italiano Matteo Salvini, ex-vice-premi\u00ea que agradeceu publicamente o presidente brasileiro a extradi\u00e7\u00e3o de Cesare Battisti e teceu elogios a Eduardo Bolsonaro por sua indica\u00e7\u00e3o \u00e0 embaixada brasileira em Washington (ainda n\u00e3o oficializada). Salvini, que ainda conta com grande popularidade na It\u00e1lia, tinha pretens\u00f5es de se tornar premi\u00ea quando rompeu, em agosto, com a coaliz\u00e3o que governava o pa\u00eds na \u00e9poca. No entanto, um acordo firmado em 28 de agosto entre dois partidos italianos - o populista e anti-establishment Movimento Cinco Estrelas e o Partido Democr\u00e1tico, de centro-esquerda - manteve o premi\u00ea Giuseppe Conte no poder e frustrou, ao menos por enquanto, as pretens\u00f5es de Salvini. Na Argentina, o presidente Mauricio Macri se prepara para uma dura elei\u00e7\u00e3o presidencial em 27 de outubro. Seu advers\u00e1rio, Alberto Fern\u00e1ndez, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, venceu com vantagem contundente as elei\u00e7\u00f5es prim\u00e1rias de 11 de agosto: ficou 15 pontos percentuais \u00e0 frente de Macri. As pesquisas de opini\u00e3o mais recentes publicadas na imprensa argentina apontam que parece pouco prov\u00e1vel que Macri consiga reverter esse resultado. Na \u00e9poca das prim\u00e1rias, o governo brasileiro fez duras cr\u00edticas a Fern\u00e1ndez. O chanceler Ernesto Ara\u00fajo afirmou que o candidato \u00e9 como uma \"boneca russa\": \"H\u00e1 o Alberto Fern\u00e1ndez, voc\u00ea abre e l\u00e1 est\u00e1 Cristina Kirchner, voc\u00ea abre l\u00e1 e est\u00e1 o Lula, e depois (Hugo) Ch\u00e1vez\", afirmou ao jornal argentino Clar\u00edn o chefe do Itamaraty. \"N\u00e3o temos ilus\u00e3o de que esse kirchnerismo 2.0 seja diferente do kirchnerismo 1.0.\" Bolsonaro, por sua vez, pediu a empres\u00e1rios brasileiros reunidos em um congresso do a\u00e7o que \"colaborassem\" com Macri. \"N\u00e3o estamos apoiando o Macri, s\u00f3 queremos que aquela velha esquerda n\u00e3o volte ao poder\", afirmou o presidente em 21 de agosto, segundo a Folha de S. Paulo. \"E se o caminho for apoiar Macri, que seja o apoio ao Macri.\" No ano que vem, ser\u00e1 a vez de outro aliado de Bolsonaro enfrentar as urnas: Donald Trump vai disputar com um democrata ainda indefinido sua perman\u00eancia na Presid\u00eancia dos EUA. O caminho para isso n\u00e3o vai ser necessariamente f\u00e1cil, diante de recentes acusa\u00e7\u00f5es publicadas pelo jornal The Washington Post. Segundo um informante ouvido pelo jornal, um oficial de intelig\u00eancia descobriu que Trump \"pediu que a Ucr\u00e2nia investigasse Joe Biden (principal pr\u00e9-candidato democrata \u00e0 Presid\u00eancia) e seu filho (que \u00e9 do conselho de uma empresa de g\u00e1s ucraniana) em troca de ajuda militar americana\". Trump chamou a not\u00edcia de \"rid\u00edcula\" e afirmou que suas conversas com l\u00edderes estrangeiros s\u00e3o sempre \"totalmente apropriadas\". A democrata Nancy Pelosi, presidente da C\u00e2mara dos Representantes, afirmou por sua vez que \"se o presidente tiver feito o que foi alegado, est\u00e1 entrando em um perigoso campo minado com s\u00e9rias repercuss\u00f5es para seu governo e nossa democracia\". Pol\u00edtica externa mais personalista? Nem todos os governantes de quem Bolsonaro tem se aproximado enfrentam reveses. O nacionalista Viktor Orban se mant\u00e9m forte na Hungria, h\u00e1 quase dez anos no poder; o presidente brasileiro tamb\u00e9m manteve conversas consideradas frut\u00edferas com o chileno Sebasti\u00e1n Pi\u00f1era e o esquerdista boliviano Evo Morales. Mas os percal\u00e7os das lideran\u00e7as em Israel, It\u00e1lia e potencialmente Argentina evidenciam um risco na diplomacia brasileira atual, segundo especialistas consultados pela BBC News Brasil: o de uma pol\u00edtica externa aparentemente mais personalista. \"(Essa pol\u00edtica) tem riscos claros\", avalia Guilherme Casar\u00f5es, professor de Rela\u00e7\u00f5es Internacionais na FGV-SP, destacando que pode haver dificuldade de di\u00e1logo se esses governos forem assumidos por l\u00edderes at\u00e9 agora na oposi\u00e7\u00e3o. \"Reveses eleitorais (dos aliados do governo brasileiro) podem afastar esses pa\u00edses.\" Casar\u00f5es analisa que a estrat\u00e9gia de governo \"tem a ver com a narrativa de combate ao globalismo, uma for\u00e7a meio intang\u00edvel ligada ao que chamam de 'marxismo cultural', e a aproxima\u00e7\u00e3o de uma onda de lideran\u00e7a nacionalista unida pela percep\u00e7\u00e3o de resgatar um trip\u00e9 de valores\" familiares, nacionalistas e religiosos. \"Esse combate ao globalismo \u00e9 de l\u00edderes, e n\u00e3o propriamente de Estados\", prossegue o professor da FGV-SP. \"No caso de Mauricio Macri, por\u00e9m, me parece mais (uma aproxima\u00e7\u00e3o) pela agenda liberal econ\u00f4mica de ambos. Mas o governo tentou jogar o peso brasileiro no resultado da elei\u00e7\u00e3o argentina, algo que \u00e9 visto com muita retic\u00eancia na pr\u00e1tica diplom\u00e1tica. Temos um com\u00e9rcio significativo com a Argentina e (quest\u00f5es de) integra\u00e7\u00e3o regional. Se somos influentes l\u00e1, o contr\u00e1rio tamb\u00e9m vale para (o peso) deles aqui.\" Para Elaini da Silva, professora do curso de Rela\u00e7\u00f5es Internacionais da PUC-SP, mais do que uma pol\u00edtica externa personalista, trata-se de uma aparente tentativa do governo brasileiro de agradar a pr\u00f3pria base eleitoral conservadora e religiosa - por exemplo com a aproxima\u00e7\u00e3o de Israel. \"Com Salvini e Netanyahu, n\u00e3o me parece ser um v\u00ednculo pessoal, mas sim a tomada de decis\u00f5es para alinhar o Brasil a parceiros n\u00e3o por um projeto de pa\u00eds, mas de bases eleitorais\", opina.","keywords":"Argentina, Bolsonaro, Israel, It\u00e1lia, ","datePublished":"2019-09-21T18:47:35-03:00","dateModified":"2019-09-21T18:47:35-03:00","author":{"@type":"Person","name":"BBC Brasil","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/bbc\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/557beb6c0445876c92e06720f0ffcb54114f4bcb61a1052423b0d64a248fb19f?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"BBC Brasil","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/bbc\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/557beb6c0445876c92e06720f0ffcb54114f4bcb61a1052423b0d64a248fb19f?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/09\/21\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/09\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro_5d85eeba45d6e-1200x675.jpeg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/09\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro_5d85eeba45d6e-1200x900.jpeg","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/09\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro_5d85eeba45d6e-1200x675.jpeg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/09\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro_5d85eeba45d6e-320x320.jpeg","width":"320","height":"320"}]},
{"@context":"https:\/\/schema.org\/","@type":"NewsArticle","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/09\/21\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro\/#newsarticle","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/09\/21\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro\/","headline":"De Salvini a Netanyahu, o ‘inferno astral’ dos principais aliados internacionais de Bolsonaro","mainEntityOfPage":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/09\/21\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro\/","datePublished":"2019-09-21T18:47:35-03:00","dateModified":"2019-09-21T18:47:35-03:00","description":"\"Parabenizo (Benjamin) Netanyahu pela grande vit\u00f3ria e pela renova\u00e7\u00e3o de seu mandato como primeiro-ministro de Israel. Bibi \u00e9 um grande l\u00edder e seguiremos trabalhando juntos pela prosperidade e pela paz dos nossos povos, com base em nossos valores e convic\u00e7\u00f5es profundas\", escreveu no Twitter, em 11 de abril, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Na ocasi\u00e3o,","articleSection":"Pol\u00edtica","articleBody":"\"Parabenizo (Benjamin) Netanyahu pela grande vit\u00f3ria e pela renova\u00e7\u00e3o de seu mandato como primeiro-ministro de Israel. Bibi \u00e9 um grande l\u00edder e seguiremos trabalhando juntos pela prosperidade e pela paz dos nossos povos, com base em nossos valores e convic\u00e7\u00f5es profundas\", escreveu no Twitter, em 11 de abril, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Na ocasi\u00e3o, o partido de Netanyahu, Likud, havia sido o mais votado nas elei\u00e7\u00f5es gerais de Israel, fazendo do premi\u00ea o mais longevo da hist\u00f3ria do pa\u00eds - ele j\u00e1 acumula dez anos no cargo. Bolsonaro havia acabado de fazer uma visita de Estado a Israel, onde fora recebido com honrarias por Netanyahu. Os dois firmaram acordos de coopera\u00e7\u00e3o, e Bolsonaro acompanhou o premi\u00ea em uma ida ao Muro das Lamenta\u00e7\u00f5es \u2014 algo raro na pol\u00edtica externa, uma vez que l\u00edderes que visitam Israel costumam ir ao local sozinhos, para que o epis\u00f3dio n\u00e3o seja interpretado como um endosso \u00e0 reivindica\u00e7\u00e3o israelense de uma \u00e1rea de Jerusal\u00e9m que tamb\u00e9m \u00e9 pleiteada pelos palestinos. Bolsonaro tamb\u00e9m concluiu a visita com o \"compromisso\", em suas pr\u00f3prias palavras, de mudar a embaixada brasileira para Jerusal\u00e9m, medida que tamb\u00e9m causaria atritos na comunidade internacional. Por enquanto, por\u00e9m, anunciou apenas um escrit\u00f3rio comercial na cidade sagrada. O problema de todos esses acenos a Netanyahu \u00e9 que, desde ent\u00e3o, o premi\u00ea israelense sofreu importantes percal\u00e7os que podem tir\u00e1-lo do poder, complicando seu futuro, uma vez que ele \u00e9 alvo de acusa\u00e7\u00f5es de corrup\u00e7\u00e3o (as quais nega). Naquele m\u00eas de abril, ele n\u00e3o conseguiu formar uma coaliz\u00e3o de governo e convocou elei\u00e7\u00f5es gerais, que foram realizadas na \u00faltima ter\u00e7a-feira (17\/9). O resultado do pleito \u00e9 que Netanyahu saiu enfraquecido: os resultados finais ainda n\u00e3o foram divulgados, mas com 95% das urnas apuradas at\u00e9 sexta feira (20), o principal advers\u00e1rio do premi\u00ea, o partido Azul e Branco (centro-esquerda), lidera as apura\u00e7\u00f5es e deve ficar com estimadas 33 cadeiras das 120 do Parlamento israelense \u2014 provavelmente duas cadeiras a mais do que o Likud. Netanyahu itiu na quinta-feira que teria dificuldades em formar uma coaliz\u00e3o de direita e, segundo a ag\u00eancia AFP, chamou Benny Gantz, l\u00edder do Azul e Branco, para um governo de unidade. Gantz respondeu que, nas atuais circunst\u00e2ncias, ele pr\u00f3prio, e n\u00e3o Netanyahu, \u00e9 quem deveria ser premi\u00ea. It\u00e1lia e Argentina A poss\u00edvel troca de comando em Israel \u00e9 uma entre outras dificuldades enfrentadas hoje por l\u00edderes internacionais de quem Bolsonaro se aproximou - na It\u00e1lia, na Argentina e nos EUA. Um desses aliados \u00e9 o italiano Matteo Salvini, ex-vice-premi\u00ea que agradeceu publicamente o presidente brasileiro a extradi\u00e7\u00e3o de Cesare Battisti e teceu elogios a Eduardo Bolsonaro por sua indica\u00e7\u00e3o \u00e0 embaixada brasileira em Washington (ainda n\u00e3o oficializada). Salvini, que ainda conta com grande popularidade na It\u00e1lia, tinha pretens\u00f5es de se tornar premi\u00ea quando rompeu, em agosto, com a coaliz\u00e3o que governava o pa\u00eds na \u00e9poca. No entanto, um acordo firmado em 28 de agosto entre dois partidos italianos - o populista e anti-establishment Movimento Cinco Estrelas e o Partido Democr\u00e1tico, de centro-esquerda - manteve o premi\u00ea Giuseppe Conte no poder e frustrou, ao menos por enquanto, as pretens\u00f5es de Salvini. Na Argentina, o presidente Mauricio Macri se prepara para uma dura elei\u00e7\u00e3o presidencial em 27 de outubro. Seu advers\u00e1rio, Alberto Fern\u00e1ndez, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, venceu com vantagem contundente as elei\u00e7\u00f5es prim\u00e1rias de 11 de agosto: ficou 15 pontos percentuais \u00e0 frente de Macri. As pesquisas de opini\u00e3o mais recentes publicadas na imprensa argentina apontam que parece pouco prov\u00e1vel que Macri consiga reverter esse resultado. Na \u00e9poca das prim\u00e1rias, o governo brasileiro fez duras cr\u00edticas a Fern\u00e1ndez. O chanceler Ernesto Ara\u00fajo afirmou que o candidato \u00e9 como uma \"boneca russa\": \"H\u00e1 o Alberto Fern\u00e1ndez, voc\u00ea abre e l\u00e1 est\u00e1 Cristina Kirchner, voc\u00ea abre l\u00e1 e est\u00e1 o Lula, e depois (Hugo) Ch\u00e1vez\", afirmou ao jornal argentino Clar\u00edn o chefe do Itamaraty. \"N\u00e3o temos ilus\u00e3o de que esse kirchnerismo 2.0 seja diferente do kirchnerismo 1.0.\" Bolsonaro, por sua vez, pediu a empres\u00e1rios brasileiros reunidos em um congresso do a\u00e7o que \"colaborassem\" com Macri. \"N\u00e3o estamos apoiando o Macri, s\u00f3 queremos que aquela velha esquerda n\u00e3o volte ao poder\", afirmou o presidente em 21 de agosto, segundo a Folha de S. Paulo. \"E se o caminho for apoiar Macri, que seja o apoio ao Macri.\" No ano que vem, ser\u00e1 a vez de outro aliado de Bolsonaro enfrentar as urnas: Donald Trump vai disputar com um democrata ainda indefinido sua perman\u00eancia na Presid\u00eancia dos EUA. O caminho para isso n\u00e3o vai ser necessariamente f\u00e1cil, diante de recentes acusa\u00e7\u00f5es publicadas pelo jornal The Washington Post. Segundo um informante ouvido pelo jornal, um oficial de intelig\u00eancia descobriu que Trump \"pediu que a Ucr\u00e2nia investigasse Joe Biden (principal pr\u00e9-candidato democrata \u00e0 Presid\u00eancia) e seu filho (que \u00e9 do conselho de uma empresa de g\u00e1s ucraniana) em troca de ajuda militar americana\". Trump chamou a not\u00edcia de \"rid\u00edcula\" e afirmou que suas conversas com l\u00edderes estrangeiros s\u00e3o sempre \"totalmente apropriadas\". A democrata Nancy Pelosi, presidente da C\u00e2mara dos Representantes, afirmou por sua vez que \"se o presidente tiver feito o que foi alegado, est\u00e1 entrando em um perigoso campo minado com s\u00e9rias repercuss\u00f5es para seu governo e nossa democracia\". Pol\u00edtica externa mais personalista? Nem todos os governantes de quem Bolsonaro tem se aproximado enfrentam reveses. O nacionalista Viktor Orban se mant\u00e9m forte na Hungria, h\u00e1 quase dez anos no poder; o presidente brasileiro tamb\u00e9m manteve conversas consideradas frut\u00edferas com o chileno Sebasti\u00e1n Pi\u00f1era e o esquerdista boliviano Evo Morales. Mas os percal\u00e7os das lideran\u00e7as em Israel, It\u00e1lia e potencialmente Argentina evidenciam um risco na diplomacia brasileira atual, segundo especialistas consultados pela BBC News Brasil: o de uma pol\u00edtica externa aparentemente mais personalista. \"(Essa pol\u00edtica) tem riscos claros\", avalia Guilherme Casar\u00f5es, professor de Rela\u00e7\u00f5es Internacionais na FGV-SP, destacando que pode haver dificuldade de di\u00e1logo se esses governos forem assumidos por l\u00edderes at\u00e9 agora na oposi\u00e7\u00e3o. \"Reveses eleitorais (dos aliados do governo brasileiro) podem afastar esses pa\u00edses.\" Casar\u00f5es analisa que a estrat\u00e9gia de governo \"tem a ver com a narrativa de combate ao globalismo, uma for\u00e7a meio intang\u00edvel ligada ao que chamam de 'marxismo cultural', e a aproxima\u00e7\u00e3o de uma onda de lideran\u00e7a nacionalista unida pela percep\u00e7\u00e3o de resgatar um trip\u00e9 de valores\" familiares, nacionalistas e religiosos. \"Esse combate ao globalismo \u00e9 de l\u00edderes, e n\u00e3o propriamente de Estados\", prossegue o professor da FGV-SP. \"No caso de Mauricio Macri, por\u00e9m, me parece mais (uma aproxima\u00e7\u00e3o) pela agenda liberal econ\u00f4mica de ambos. Mas o governo tentou jogar o peso brasileiro no resultado da elei\u00e7\u00e3o argentina, algo que \u00e9 visto com muita retic\u00eancia na pr\u00e1tica diplom\u00e1tica. Temos um com\u00e9rcio significativo com a Argentina e (quest\u00f5es de) integra\u00e7\u00e3o regional. Se somos influentes l\u00e1, o contr\u00e1rio tamb\u00e9m vale para (o peso) deles aqui.\" Para Elaini da Silva, professora do curso de Rela\u00e7\u00f5es Internacionais da PUC-SP, mais do que uma pol\u00edtica externa personalista, trata-se de uma aparente tentativa do governo brasileiro de agradar a pr\u00f3pria base eleitoral conservadora e religiosa - por exemplo com a aproxima\u00e7\u00e3o de Israel. \"Com Salvini e Netanyahu, n\u00e3o me parece ser um v\u00ednculo pessoal, mas sim a tomada de decis\u00f5es para alinhar o Brasil a parceiros n\u00e3o por um projeto de pa\u00eds, mas de bases eleitorais\", opina.","keywords":["Argentina"," Bolsonaro"," Israel"," It\u00e1lia"," "],"name":"De Salvini a Netanyahu, o ‘inferno astral’ dos principais aliados internacionais de Bolsonaro","thumbnailUrl":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/09\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro_5d85eeba45d6e-150x150.jpeg","wordCount":"1171","timeRequired":"PT5M12S","mainEntity":{"@type":"WebPage","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/09\/21\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro\/"},"author":{"@type":"Person","name":"BBC Brasil","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/bbc\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/557beb6c0445876c92e06720f0ffcb54114f4bcb61a1052423b0d64a248fb19f?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"BBC Brasil","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/bbc\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/557beb6c0445876c92e06720f0ffcb54114f4bcb61a1052423b0d64a248fb19f?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"speakable":{"@type":"SpeakableSpecification","xpath":["\/html\/head\/title","\/html\/head\/meta[@name='description']\/@content"]},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/09\/21\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/09\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro_5d85eeba45d6e-1200x675.jpeg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/09\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro_5d85eeba45d6e-1200x900.jpeg","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/09\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro_5d85eeba45d6e-1200x675.jpeg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/09\/de-salvini-a-netanyahu-o-inferno-astral-dos-principais-aliados-internacionais-de-bolsonaro_5d85eeba45d6e-320x320.jpeg","width":"320","height":"320"}]}]
“Parabenizo (Benjamin) Netanyahu pela grande vitória e pela renovação de seu mandato como primeiro-ministro de Israel. Bibi é um grande líder e seguiremos trabalhando juntos pela prosperidade e pela paz dos nossos povos, com base em nossos valores e convicções profundas”, escreveu no Twitter, em 11 de abril, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Na ocasião, o partido de Netanyahu, Likud, havia sido o mais votado nas eleições gerais de Israel, fazendo do premiê o mais longevo da história do país – ele já acumula dez anos no cargo.
Bolsonaro havia acabado de fazer uma visita de Estado a Israel, onde fora recebido com honrarias por Netanyahu.
Os dois firmaram acordos de cooperação, e Bolsonaro acompanhou o premiê em uma ida ao Muro das Lamentações — algo raro na política externa, uma vez que líderes que visitam Israel costumam ir ao local sozinhos, para que o episódio não seja interpretado como um endosso à reivindicação israelense de uma área de Jerusalém que também é pleiteada pelos palestinos.
Bolsonaro também concluiu a visita com o “compromisso”, em suas próprias palavras, de mudar a embaixada brasileira para Jerusalém, medida que também causaria atritos na comunidade internacional. Por enquanto, porém, anunciou apenas um escritório comercial na cidade sagrada.
O problema de todos esses acenos a Netanyahu é que, desde então, o premiê israelense sofreu importantes percalços que podem tirá-lo do poder, complicando seu futuro, uma vez que ele é alvo de acusações de corrupção (as quais nega).
Naquele mês de abril, ele não conseguiu formar uma coalizão de governo e convocou eleições gerais, que foram realizadas na última terça-feira (17/9). O resultado do pleito é que Netanyahu saiu enfraquecido: os resultados finais ainda não foram divulgados, mas com 95% das urnas apuradas até sexta feira (20), o principal adversário do premiê, o partido Azul e Branco (centro-esquerda), lidera as apurações e deve ficar com estimadas 33 cadeiras das 120 do Parlamento israelense — provavelmente duas cadeiras a mais do que o Likud.
Netanyahu itiu na quinta-feira que teria dificuldades em formar uma coalizão de direita e, segundo a agência AFP, chamou Benny Gantz, líder do Azul e Branco, para um governo de unidade. Gantz respondeu que, nas atuais circunstâncias, ele próprio, e não Netanyahu, é quem deveria ser premiê.
Itália e Argentina
A possível troca de comando em Israel é uma entre outras dificuldades enfrentadas hoje por líderes internacionais de quem Bolsonaro se aproximou – na Itália, na Argentina e nos EUA.
Um desses aliados é o italiano Matteo Salvini, ex-vice-premiê que agradeceu publicamente o presidente brasileiro a extradição de Cesare Battisti e teceu elogios a Eduardo Bolsonaro por sua indicação à embaixada brasileira em Washington (ainda não oficializada).
Salvini, que ainda conta com grande popularidade na Itália, tinha pretensões de se tornar premiê quando rompeu, em agosto, com a coalizão que governava o país na época.
No entanto, um acordo firmado em 28 de agosto entre dois partidos italianos – o populista e anti-establishment Movimento Cinco Estrelas e o Partido Democrático, de centro-esquerda – manteve o premiê Giuseppe Conte no poder e frustrou, ao menos por enquanto, as pretensões de Salvini.
Na Argentina, o presidente Mauricio Macri se prepara para uma dura eleição presidencial em 27 de outubro.
Seu adversário, Alberto Fernández, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, venceu com vantagem contundente as eleições primárias de 11 de agosto: ficou 15 pontos percentuais à frente de Macri.
As pesquisas de opinião mais recentes publicadas na imprensa argentina apontam que parece pouco provável que Macri consiga reverter esse resultado.
Na época das primárias, o governo brasileiro fez duras críticas a Fernández. O chanceler Ernesto Araújo afirmou que o candidato é como uma “boneca russa”: “Há o Alberto Fernández, você abre e lá está Cristina Kirchner, você abre lá e está o Lula, e depois (Hugo) Chávez”, afirmou ao jornal argentino Clarín o chefe do Itamaraty. “Não temos ilusão de que esse kirchnerismo 2.0 seja diferente do kirchnerismo 1.0.”
Bolsonaro, por sua vez, pediu a empresários brasileiros reunidos em um congresso do aço que “colaborassem” com Macri. “Não estamos apoiando o Macri, só queremos que aquela velha esquerda não volte ao poder”, afirmou o presidente em 21 de agosto, segundo a Folha de S. Paulo. “E se o caminho for apoiar Macri, que seja o apoio ao Macri.”
No ano que vem, será a vez de outro aliado de Bolsonaro enfrentar as urnas: Donald Trump vai disputar com um democrata ainda indefinido sua permanência na Presidência dos EUA. O caminho para isso não vai ser necessariamente fácil, diante de recentes acusações publicadas pelo jornal The Washington Post.
Segundo um informante ouvido pelo jornal, um oficial de inteligência descobriu que Trump “pediu que a Ucrânia investigasse Joe Biden (principal pré-candidato democrata à Presidência) e seu filho (que é do conselho de uma empresa de gás ucraniana) em troca de ajuda militar americana”.
Trump chamou a notícia de “ridícula” e afirmou que suas conversas com líderes estrangeiros são sempre “totalmente apropriadas”.
A democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, afirmou por sua vez que “se o presidente tiver feito o que foi alegado, está entrando em um perigoso campo minado com sérias repercussões para seu governo e nossa democracia”.
Política externa mais personalista?
Nem todos os governantes de quem Bolsonaro tem se aproximado enfrentam reveses. O nacionalista Viktor Orban se mantém forte na Hungria, há quase dez anos no poder; o presidente brasileiro também manteve conversas consideradas frutíferas com o chileno Sebastián Piñera e o esquerdista boliviano Evo Morales.
Mas os percalços das lideranças em Israel, Itália e potencialmente Argentina evidenciam um risco na diplomacia brasileira atual, segundo especialistas consultados pela BBC News Brasil: o de uma política externa aparentemente mais personalista.
“(Essa política) tem riscos claros”, avalia Guilherme Casarões, professor de Relações Internacionais na FGV-SP, destacando que pode haver dificuldade de diálogo se esses governos forem assumidos por líderes até agora na oposição. “Reveses eleitorais (dos aliados do governo brasileiro) podem afastar esses países.”
Casarões analisa que a estratégia de governo “tem a ver com a narrativa de combate ao globalismo, uma força meio intangível ligada ao que chamam de ‘marxismo cultural’, e a aproximação de uma onda de liderança nacionalista unida pela percepção de resgatar um tripé de valores” familiares, nacionalistas e religiosos.
“Esse combate ao globalismo é de líderes, e não propriamente de Estados”, prossegue o professor da FGV-SP.
“No caso de Mauricio Macri, porém, me parece mais (uma aproximação) pela agenda liberal econômica de ambos. Mas o governo tentou jogar o peso brasileiro no resultado da eleição argentina, algo que é visto com muita reticência na prática diplomática. Temos um comércio significativo com a Argentina e (questões de) integração regional. Se somos influentes lá, o contrário também vale para (o peso) deles aqui.”
Para Elaini da Silva, professora do curso de Relações Internacionais da PUC-SP, mais do que uma política externa personalista, trata-se de uma aparente tentativa do governo brasileiro de agradar a própria base eleitoral conservadora e religiosa – por exemplo com a aproximação de Israel.
“Com Salvini e Netanyahu, não me parece ser um vínculo pessoal, mas sim a tomada de decisões para alinhar o Brasil a parceiros não por um projeto de país, mas de bases eleitorais”, opina.