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Em vez disso, o Brasil \u00e9 nicho de mercado para esses pa\u00edses, por exemplo, na compra de c\u00e1psulas de caf\u00e9 que trazem misturados produtos de diferentes origens (\u00c1sia, \u00c1frica, Am\u00e9rica Central e Am\u00e9rica do Sul). \u201cAs grandes empresas n\u00e3o v\u00eam para c\u00e1 por causa desse tipo de dificuldade: de precisarem de um tipo de caf\u00e9 para produzir\u00a0blend\u00a0e o Brasil proibir importa\u00e7\u00e3o\u201d, analisa Ant\u00f4nio Guerra, chefe geral da Embrapa Caf\u00e9. Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associa\u00e7\u00e3o Brasileira da Ind\u00fastria de Caf\u00e9 (Abic), opina que o sucesso das exporta\u00e7\u00f5es de caf\u00e9 verde desestimulou a venda de mais caf\u00e9 processado. \u201cEsse valor foi sempre t\u00e3o expressivo que os brasileiros perderam a vis\u00e3o de oportunidade que o mercado poderia apresentar\u201d. 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Imagem Ilustrativa
| Plantação de Café - Valter Campanato/Agência Brasil
O cultivo e a produção de cafés especiais podem aumentar o mercado e agregar valor a um dos produtos mais tradicionais da lavoura brasileira. A expansão potencial ocorrerá se o país vender mais café industrializado e reverter a tendência de comoditização das exportações.
Conforme sumário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil exportou 34,1 milhões de sacas de café (60 kg) no ano ado. Cerca de nove a cada dez sacas vendidas foram de café verde (em grãos não torrados). A comercialização de café torrado e solúvel é pouco superior a 10% do total.
De acordo com Ivan Oliveira, diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea, o país perdeu espaço na venda de café industrializado. Segundo ele, na década de 1990, 51% das exportações eram de café solúvel (pronto para consumo).
“A gente perdeu muito espaço no café processado no mundo”, observa. “Deixamos o bonde da industrialização e da gourmetização do café, muito por conta do fechamento do mercado brasileiro de grãos”, aponta.
O fechamento do mercado brasileiro para grãos produzidos em outros países é medida de proteção fitossanitária para evitar a contaminação da lavoura brasileira com pragas que possam entrar no país por meio de grãos importados. Estudo do Ipea contabiliza, no entanto, que a medida tem como efeito gerar uma barreira não tarifária que aumenta o custo do grão importado em 13,61%.
Em entrevista ao programa Brasil Rural, da Rádio Nacional, o pesquisador da Embrapa Enrique Alves revelou que, em Rondônia, indígenas recebem apoio para produção de cafés especiais de alta qualidade.
Para Oliveira, a medida dificulta o aumento de produção do café solúvel, que tem maior valor agregado do que o produto em grãos, e cuja industrialização gera mais empregos. “Ao fechar o mercado, ao não permitir a entrada de café em grão no Brasil, não se garante ao investidor que quer montar uma fábrica de processamento de café a matéria-prima fundamental para que ele possa ter a atividade”, detalha.
Segundo o especialista, se o Brasil não tivesse a política tão protetiva, o país poderia se dedicar mais a produção de cafés feitos a partir de misturas (blends) como fazem países como Alemanha, França, Holanda, Bélgica e Espanha. Em vez disso, o Brasil é nicho de mercado para esses países, por exemplo, na compra de cápsulas de café que trazem misturados produtos de diferentes origens (Ásia, África, América Central e América do Sul).
“As grandes empresas não vêm para cá por causa desse tipo de dificuldade: de precisarem de um tipo de café para produzir blend e o Brasil proibir importação”, analisa Antônio Guerra, chefe geral da Embrapa Café.
Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), opina que o sucesso das exportações de café verde desestimulou a venda de mais café processado. “Esse valor foi sempre tão expressivo que os brasileiros perderam a visão de oportunidade que o mercado poderia apresentar”. Ele reconhece, no entanto, que “exportar o grão cru é deixar de ganhar uma parte importante do preço da saca”.