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Segundo ele, muitos grupos e artistas que se denominam \u201cde forr\u00f3\u201d fazem adapta\u00e7\u00f5es de cumbia e zouk (de pa\u00edses hisp\u00e2nicos sul-americanos e caribenhos). \u201cTiraram o nosso nome. A gente foi usurpado do t\u00edtulo e jogado para essas m\u00fasicas de caracter\u00edsticas latinas\u201d, reclama. Conforme Farias, o que ocorre \u00e9 \u201capropria\u00e7\u00e3o indevida\u201d, e esses grupos fazem \u201coxente music\u201d, brinca. De acordo com Hermano Queiroz, diretor do Departamento de Patrim\u00f4nio Imaterial do Iphan,\u00a0o trabalho de registro do forr\u00f3 permitir\u00e1\u00a0\u201cmapear as vulnerabilidades, os riscos, a necessidade de promo\u00e7\u00e3o do bem\u201d. Ele, no entanto, assinala que \u201co objetivo do registro n\u00e3o \u00e9 dar autenticidade a uma narrativa\u201d, e ressalta que h\u00e1 v\u00e1rias narrativas em circula\u00e7\u00e3o: \u201co patrim\u00f4nio cultural \u00e9 din\u00e2mico\u201d, explica. Segundo Queiroz, n\u00e3o \u00e9 preocupa\u00e7\u00e3o central saber exatamente em que lugar teria surgido o forr\u00f3. \u201cA raiz n\u00e3o \u00e9 o grande problema. O que o registro traz \u00e9 o potencial de di\u00e1logo intercultural entre diversas manifesta\u00e7\u00f5es\u201d, cr\u00ea. Ele assinala que a pesquisa do Iphan vai \u201cmapear todos olhares e narrativas sobre esse bem imaterial\u2019 e permitir que m\u00fasicos de diferentes lugares se conhe\u00e7am e em a \u201cter\u00a0a compreens\u00e3o de que embora espraiados em todo o territ\u00f3rio cultural s\u00e3o irm\u00e3os\u201d. A apresentadora Priscila Rangel mostra no programa Em Dan\u00e7a, da\u00a0TV Brasil,\u00a0as varia\u00e7\u00f5es na forma de dan\u00e7ar o forr\u00f3: https:\/\/www.youtube.com\/watch?vgEnvq9Z_hLI For all ou forrobod\u00f3 Desde a origem do nome, h\u00e1 mais de uma narrativa sobre a palavra forr\u00f3. Conforme o maestro Marcos Farias, o compositor e instrumentista Sivuca (1930-2006) defendia a tese de que a palavra tem como origem a express\u00e3o em ingl\u00eas de \u201cfor all\u201d. O termo teria sido forjado ainda no s\u00e9culo 19 por causa da presen\u00e7a de trabalhadores ingleses na instala\u00e7\u00e3o de ferrovias e de f\u00e1bricas de tecelagem no Nordeste. \u201cSe produzia mais algod\u00e3o em Campina Grande que em Liverpool\u201d, costumava explicar Sivuca, segundo o maestro. A vers\u00e3o da origem angl\u00f3fila da palavra forr\u00f3 foi atualizada no s\u00e9culo 20. H\u00e1 quem diga que o termo teria surgido na 2\u00aa Guerra Mundial em\u00a0Natal. A capital do Rio Grande Norte recebeu 10 mil soldados norte-americanos a \u00e9poca do conflito. Essa vers\u00e3o \u00e9 ilustrada no filme For All - O Trampolim da Vit\u00f3ria (1997), de Buza Ferraz e Luiz Carlos Lacerda. O etnomusic\u00f3logo Carlos Sandroni, professor do Departamento de M\u00fasica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e respons\u00e1vel pela pesquisa do Iphan, descarta essa vers\u00e3o. Segundo ele, desde o s\u00e9culo 19 h\u00e1 uso da palavra forr\u00f3 \u201ara designar uma festa popular com dan\u00e7a, com m\u00fasica e com bebida\u201d. Festa Junina, Quadrilha -\u00a0Marcello Casal Jr.\/Ag\u00eancia Brasil O especialista tamb\u00e9m lembra que \u201cedi\u00e7\u00e3o de dicion\u00e1rio de 1912 tem a palavra forrobod\u00f3. Na edi\u00e7\u00e3o do ano seguinte, j\u00e1 tem forrobod\u00f3 e forr\u00f3. Ao que tudo indica forr\u00f3 \u00e9 uma abrevia\u00e7\u00e3o de forrobod\u00f3\u201d. Conforme o fil\u00f3logo Evanildo Bechara, forrobod\u00f3 \u00e9 originado da palavra galega forbod\u00f3. Al\u00e9m da filologia, geografia e hist\u00f3ria da m\u00fasica descartariam a forma\u00e7\u00e3o da palavra forr\u00f3 a partir da express\u00e3o inglesa for all. Sandroni tem como hip\u00f3tese que o forr\u00f3 nasce longe do litoral de Natal. As matrizes originais estariam no interior do Nordeste, em uma \u00e1rea\u00a0hoje\u00a0tida como o sert\u00e3o de Pernambuco, Para\u00edba e Cear\u00e1. Rei do Bai\u00e3o e o balaio de g\u00eaneros Sandroni tamb\u00e9m defende que \u201co forr\u00f3 se tornou uma express\u00e3o do povo do Nordeste, de uma maneira de se identificar como nordestino, que se afirma por suas caracter\u00edsticas, por seu valor, por sua identidade\u201d. \u201cAos poucos a palavra forr\u00f3 vai se deslocando para designar n\u00e3o s\u00f3 um g\u00eanero especificamente, mas um guarda-chuva para v\u00e1rios g\u00eaneros como o xote, o xaxado, o arrasta-p\u00e9, a quadrilha, e o pr\u00f3prio forr\u00f3\u201d, descreve. Luiz Gonzaga, o rei do Bai\u00e3o -\u00a0Capa CD \/ Divulga\u00e7\u00e3o No \u201cbalaio de g\u00eaneros do forr\u00f3\u201d, apontado por Sandroni, tem destaque\u00a0o bai\u00e3o criado por Luiz Gonzaga. O especialista lembra do papel fundamental Gonzag\u00e3o a partir dos anos 1940 no r\u00e1dio para a afirma\u00e7\u00e3o da cultura nordestina \u201cO bai\u00e3o \u00e9 uma empreitada consciente do Luiz Gonzaga com os seus parceiros, Humberto Teixeira , Jos\u00e9 Dantas e outros nessa etapa inicial\u201d. O maestro Marcos Farias concorda com o etnomusic\u00f3logo quanto \u00e0 centralidade de Gonzag\u00e3o. \u201cEle veio trazendo as nossas m\u00fasicas, o bai\u00e3o, o forr\u00f3 que n\u00e3o existiam. Foi ele que denominou. Ele adaptou e nacionalizou o que\u00a0hoje\u00a0\u00e9 nosso de verdade. Foi a grande voz a alma do povo nordestino. Ele trouxe as nossas alegrias, as nossas frustra\u00e7\u00f5es. Trouxe as nossas comidas, trejeitos, trouxe o nosso jeito alegre de levar a vida e fazer as coisas acontecerem\u201d. Assista o document\u00e1rio do programa Caminhos da Reportagem da\u00a0TV Brasil\u00a0sobre Luiz Gonzaga, o Rei do Bai\u00e3o. https:\/\/www.youtube.com\/watch?vFkTo4JgZz8U Farias conta que at\u00e9 a disposi\u00e7\u00e3o dos m\u00fasicos nos palcos de forr\u00f3 \u00e9 ideia de Gonzag\u00e3o. \u201cOs baixos da sanfona s\u00e3o graves, ent\u00e3o os agudos do tri\u00e2ngulo t\u00eam que ficar do lado. Ao lado da m\u00e3o direita, que faz o solo e que \u00e9 agudo, tem que ficar a zabumba que \u00e9 grave e, assim, contrabalancear. Ele era minucioso com isso\u201d, detalha. Conforme Sandroni, os tr\u00eas instrumentos t\u00eam origem europeia. \u201cIsso quer dizer que \u00e9 uma m\u00fasica europeia? Claro que n\u00e3o. A m\u00fasica \u00e9 muito mais que os instrumentos, \u00e9 o que se faz com os instrumentos\u201d, pondera. Segundo ele, \u201cSanfona \u00e9 um instrumento evidentemente europeu\u201d. O mesmo pode dizer da zabumba ainda que o senso comum identifique como um tambor africano. \u201cO tipo de constru\u00e7\u00e3o e de amarra\u00e7\u00e3o voc\u00ea encontra inclusive na pen\u00ednsula ib\u00e9rica\u201d, assinala. O mesmo ocorre com o tri\u00e2ngulo, \u201cconhecido como ferrinho em Portugal\u201d. Antes do Forr\u00f3, outras formas de express\u00e3o musical obtiveram o reconhecimento do Iphan como patrim\u00f4nio imaterial e constam no Livro do Registro das Formas de Express\u00e3o como o caboclinho, a capoeira, o carimbo, o cavalo marinho, o frevo, o jongo, o marabaixo, o maracatu, o samba de partido alto, o samba de terreiro, o samba enredo, o samba de roda, o tambor de criola e os toques dos sinos de igrejas em centros hist\u00f3ricos de Minas Gerais. Gilberto Costa - Ag\u00eancia Brasil","keywords":"Forr\u00f3, ","datePublished":"2019-06-24T21:01:29-03:00","dateModified":"2019-06-24T21:01:29-03:00","author":{"@type":"Person","name":"tiagospf","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/tiagospf\/","sameAs":["https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wordpress","https:\/\/www.facebook.com\/tiagomarquesv","https:\/\/www.twitter.com\/tiagomarques_\/","https:\/\/www.instagram.com\/tiagomarques_\/"],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/3ba51b59f42e9d3b7588b7c5e33192c70492919ef97b1031e302a6bfac575190?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"tiagospf","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/tiagospf\/","sameAs":["https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wordpress","https:\/\/www.facebook.com\/tiagomarquesv","https:\/\/www.twitter.com\/tiagomarques_\/","https:\/\/www.instagram.com\/tiagomarques_\/"],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/3ba51b59f42e9d3b7588b7c5e33192c70492919ef97b1031e302a6bfac575190?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2019\/06\/24\/iphan-quer-forro-como-patrimonio-imaterial\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/06\/Forro-Patrimonio-Imaterial-do-Brasil-1200x800.jpeg","width":"1200","height":"800"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/06\/Forro-Patrimonio-Imaterial-do-Brasil-1200x900.jpeg","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/06\/Forro-Patrimonio-Imaterial-do-Brasil-1200x675.jpeg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2019\/06\/Forro-Patrimonio-Imaterial-do-Brasil-800x800.jpeg","width":"800","height":"800"},{"@type":"ImageObject","url":"http:\/\/imagens.ebc.com.br\/qW50gMrBU_2XvvZtYwfUJsFQ3nA=\/754x0\/smart\/http:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/sites\/default\/files\/thumbnails\/image\/mca_07061916636.jpg?itok=QISXSXZP","width":0,"height":0,"caption":"Festa Junina, Quadrilha"},{"@type":"ImageObject","url":"http:\/\/imagens.ebc.com.br\/AeM_HSjJiYYsRNuR01MEz7A-K2s=\/754x0\/smart\/http:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/sites\/default\/files\/thumbnails\/image\/luizgonzaga.jpg?itok=1wNA_KpI","width":0,"height":0,"caption":"Luiz Gonzaga, o rei do Bai\u00e3o"}]},
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Ele, no entanto, assinala que \u201co objetivo do registro n\u00e3o \u00e9 dar autenticidade a uma narrativa\u201d, e ressalta que h\u00e1 v\u00e1rias narrativas em circula\u00e7\u00e3o: \u201co patrim\u00f4nio cultural \u00e9 din\u00e2mico\u201d, explica. Segundo Queiroz, n\u00e3o \u00e9 preocupa\u00e7\u00e3o central saber exatamente em que lugar teria surgido o forr\u00f3. \u201cA raiz n\u00e3o \u00e9 o grande problema. O que o registro traz \u00e9 o potencial de di\u00e1logo intercultural entre diversas manifesta\u00e7\u00f5es\u201d, cr\u00ea. Ele assinala que a pesquisa do Iphan vai \u201cmapear todos olhares e narrativas sobre esse bem imaterial\u2019 e permitir que m\u00fasicos de diferentes lugares se conhe\u00e7am e em a \u201cter\u00a0a compreens\u00e3o de que embora espraiados em todo o territ\u00f3rio cultural s\u00e3o irm\u00e3os\u201d. A apresentadora Priscila Rangel mostra no programa Em Dan\u00e7a, da\u00a0TV Brasil,\u00a0as varia\u00e7\u00f5es na forma de dan\u00e7ar o forr\u00f3: https:\/\/www.youtube.com\/watch?vgEnvq9Z_hLI For all ou forrobod\u00f3 Desde a origem do nome, h\u00e1 mais de uma narrativa sobre a palavra forr\u00f3. Conforme o maestro Marcos Farias, o compositor e instrumentista Sivuca (1930-2006) defendia a tese de que a palavra tem como origem a express\u00e3o em ingl\u00eas de \u201cfor all\u201d. O termo teria sido forjado ainda no s\u00e9culo 19 por causa da presen\u00e7a de trabalhadores ingleses na instala\u00e7\u00e3o de ferrovias e de f\u00e1bricas de tecelagem no Nordeste. \u201cSe produzia mais algod\u00e3o em Campina Grande que em Liverpool\u201d, costumava explicar Sivuca, segundo o maestro. A vers\u00e3o da origem angl\u00f3fila da palavra forr\u00f3 foi atualizada no s\u00e9culo 20. H\u00e1 quem diga que o termo teria surgido na 2\u00aa Guerra Mundial em\u00a0Natal. A capital do Rio Grande Norte recebeu 10 mil soldados norte-americanos a \u00e9poca do conflito. Essa vers\u00e3o \u00e9 ilustrada no filme For All - O Trampolim da Vit\u00f3ria (1997), de Buza Ferraz e Luiz Carlos Lacerda. O etnomusic\u00f3logo Carlos Sandroni, professor do Departamento de M\u00fasica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e respons\u00e1vel pela pesquisa do Iphan, descarta essa vers\u00e3o. Segundo ele, desde o s\u00e9culo 19 h\u00e1 uso da palavra forr\u00f3 \u201ara designar uma festa popular com dan\u00e7a, com m\u00fasica e com bebida\u201d. Festa Junina, Quadrilha -\u00a0Marcello Casal Jr.\/Ag\u00eancia Brasil O especialista tamb\u00e9m lembra que \u201cedi\u00e7\u00e3o de dicion\u00e1rio de 1912 tem a palavra forrobod\u00f3. Na edi\u00e7\u00e3o do ano seguinte, j\u00e1 tem forrobod\u00f3 e forr\u00f3. Ao que tudo indica forr\u00f3 \u00e9 uma abrevia\u00e7\u00e3o de forrobod\u00f3\u201d. Conforme o fil\u00f3logo Evanildo Bechara, forrobod\u00f3 \u00e9 originado da palavra galega forbod\u00f3. Al\u00e9m da filologia, geografia e hist\u00f3ria da m\u00fasica descartariam a forma\u00e7\u00e3o da palavra forr\u00f3 a partir da express\u00e3o inglesa for all. Sandroni tem como hip\u00f3tese que o forr\u00f3 nasce longe do litoral de Natal. As matrizes originais estariam no interior do Nordeste, em uma \u00e1rea\u00a0hoje\u00a0tida como o sert\u00e3o de Pernambuco, Para\u00edba e Cear\u00e1. Rei do Bai\u00e3o e o balaio de g\u00eaneros Sandroni tamb\u00e9m defende que \u201co forr\u00f3 se tornou uma express\u00e3o do povo do Nordeste, de uma maneira de se identificar como nordestino, que se afirma por suas caracter\u00edsticas, por seu valor, por sua identidade\u201d. \u201cAos poucos a palavra forr\u00f3 vai se deslocando para designar n\u00e3o s\u00f3 um g\u00eanero especificamente, mas um guarda-chuva para v\u00e1rios g\u00eaneros como o xote, o xaxado, o arrasta-p\u00e9, a quadrilha, e o pr\u00f3prio forr\u00f3\u201d, descreve. Luiz Gonzaga, o rei do Bai\u00e3o -\u00a0Capa CD \/ Divulga\u00e7\u00e3o No \u201cbalaio de g\u00eaneros do forr\u00f3\u201d, apontado por Sandroni, tem destaque\u00a0o bai\u00e3o criado por Luiz Gonzaga. O especialista lembra do papel fundamental Gonzag\u00e3o a partir dos anos 1940 no r\u00e1dio para a afirma\u00e7\u00e3o da cultura nordestina \u201cO bai\u00e3o \u00e9 uma empreitada consciente do Luiz Gonzaga com os seus parceiros, Humberto Teixeira , Jos\u00e9 Dantas e outros nessa etapa inicial\u201d. O maestro Marcos Farias concorda com o etnomusic\u00f3logo quanto \u00e0 centralidade de Gonzag\u00e3o. \u201cEle veio trazendo as nossas m\u00fasicas, o bai\u00e3o, o forr\u00f3 que n\u00e3o existiam. Foi ele que denominou. Ele adaptou e nacionalizou o que\u00a0hoje\u00a0\u00e9 nosso de verdade. Foi a grande voz a alma do povo nordestino. Ele trouxe as nossas alegrias, as nossas frustra\u00e7\u00f5es. Trouxe as nossas comidas, trejeitos, trouxe o nosso jeito alegre de levar a vida e fazer as coisas acontecerem\u201d. 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O mesmo pode dizer da zabumba ainda que o senso comum identifique como um tambor africano. \u201cO tipo de constru\u00e7\u00e3o e de amarra\u00e7\u00e3o voc\u00ea encontra inclusive na pen\u00ednsula ib\u00e9rica\u201d, assinala. O mesmo ocorre com o tri\u00e2ngulo, \u201cconhecido como ferrinho em Portugal\u201d. Antes do Forr\u00f3, outras formas de express\u00e3o musical obtiveram o reconhecimento do Iphan como patrim\u00f4nio imaterial e constam no Livro do Registro das Formas de Express\u00e3o como o caboclinho, a capoeira, o carimbo, o cavalo marinho, o frevo, o jongo, o marabaixo, o maracatu, o samba de partido alto, o samba de terreiro, o samba enredo, o samba de roda, o tambor de criola e os toques dos sinos de igrejas em centros hist\u00f3ricos de Minas Gerais. 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O forró pode ser declarado como patrimônio imaterial do Brasil até meados de 2020. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) iniciou pesquisa nos nove estados do Nordeste, mais o Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo para identificar a forma de expressão que além de gêneros musicais diz respeito a festas e interações sociais ao som da sanfona, zabumba e do triângulo.
A iniciativa foi bem acolhida entre os músicos como o maestro Marcos Farias, filho da cantora Marinês (1935-2007) e afilhado de Luiz Gonzaga (1912-1989), o Rei do Baião. Segundo ele, muitos grupos e artistas que se denominam “de forró” fazem adaptações de cumbia e zouk (de países hispânicos sul-americanos e caribenhos).
“Tiraram o nosso nome. A gente foi usurpado do título e jogado para essas músicas de características latinas”, reclama. Conforme Farias, o que ocorre é “apropriação indevida”, e esses grupos fazem “oxente music”, brinca.
De acordo com Hermano Queiroz, diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, o trabalho de registro do forró permitirá “mapear as vulnerabilidades, os riscos, a necessidade de promoção do bem”. Ele, no entanto, assinala que “o objetivo do registro não é dar autenticidade a uma narrativa”, e ressalta que há várias narrativas em circulação: “o patrimônio cultural é dinâmico”, explica.
Segundo Queiroz, não é preocupação central saber exatamente em que lugar teria surgido o forró. “A raiz não é o grande problema. O que o registro traz é o potencial de diálogo intercultural entre diversas manifestações”, crê. Ele assinala que a pesquisa do Iphan vai “mapear todos olhares e narrativas sobre esse bem imaterial’ e permitir que músicos de diferentes lugares se conheçam e em a “ter a compreensão de que embora espraiados em todo o território cultural são irmãos”.
A apresentadora Priscila Rangel mostra no programa Em Dança, da TV Brasil, as variações na forma de dançar o forró:
For all ou forrobodó
Desde a origem do nome, há mais de uma narrativa sobre a palavra forró. Conforme o maestro Marcos Farias, o compositor e instrumentista Sivuca (1930-2006) defendia a tese de que a palavra tem como origem a expressão em inglês de “for all”.
O termo teria sido forjado ainda no século 19 por causa da presença de trabalhadores ingleses na instalação de ferrovias e de fábricas de tecelagem no Nordeste. “Se produzia mais algodão em Campina Grande que em Liverpool”, costumava explicar Sivuca, segundo o maestro.
A versão da origem anglófila da palavra forró foi atualizada no século 20. Há quem diga que o termo teria surgido na 2ª Guerra Mundial em Natal. A capital do Rio Grande Norte recebeu 10 mil soldados norte-americanos a época do conflito. Essa versão é ilustrada no filme For All – O Trampolim da Vitória (1997), de Buza Ferraz e Luiz Carlos Lacerda.
O etnomusicólogo Carlos Sandroni, professor do Departamento de Música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e responsável pela pesquisa do Iphan, descarta essa versão. Segundo ele, desde o século 19 há uso da palavra forró “para designar uma festa popular com dança, com música e com bebida”.
Festa Junina, Quadrilha – Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O especialista também lembra que “edição de dicionário de 1912 tem a palavra forrobodó. Na edição do ano seguinte, já tem forrobodó e forró. Ao que tudo indica forró é uma abreviação de forrobodó”. Conforme o filólogo Evanildo Bechara, forrobodó é originado da palavra galega forbodó.
Além da filologia, geografia e história da música descartariam a formação da palavra forró a partir da expressão inglesa for all. Sandroni tem como hipótese que o forró nasce longe do litoral de Natal. As matrizes originais estariam no interior do Nordeste, em uma área hoje
tida como o sertão de Pernambuco, Paraíba e Ceará.
Rei do Baião e o balaio de gêneros
Sandroni também defende que “o forró se tornou uma expressão do povo do Nordeste, de uma maneira de se identificar como nordestino, que se afirma por suas características, por seu valor, por sua identidade”.
“Aos poucos a palavra forró vai se deslocando para designar não só um gênero [de música e festividade] especificamente, mas um guarda-chuva para vários gêneros como o xote, o xaxado, o arrasta-pé, a quadrilha, e o próprio forró”, descreve.
Luiz Gonzaga, o rei do Baião – Capa CD / Divulgação
No “balaio de gêneros do forró”, apontado por Sandroni, tem destaque o baião criado por Luiz Gonzaga. O especialista lembra do papel fundamental Gonzagão a partir dos anos 1940 no rádio para a afirmação da cultura nordestina “O baião é uma empreitada consciente do Luiz Gonzaga com os seus parceiros, Humberto Teixeira [1915-197], José Dantas [1921-1962] e outros nessa etapa inicial”.
O maestro Marcos Farias concorda com o etnomusicólogo quanto à centralidade de Gonzagão. “Ele veio trazendo as nossas músicas, o baião, o forró que não existiam. Foi ele que denominou. Ele adaptou e nacionalizou o que hoje é nosso de verdade. Foi a grande voz a alma do povo nordestino. Ele trouxe as nossas alegrias, as nossas frustrações. Trouxe as nossas comidas, trejeitos, trouxe o nosso jeito alegre de levar a vida e fazer as coisas acontecerem”.
Assista o documentário do programa Caminhos da Reportagem da TV Brasil sobre Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
Farias conta que até a disposição dos músicos nos palcos de forró é ideia de Gonzagão. “Os baixos da sanfona são graves, então os agudos do triângulo têm que ficar do lado. Ao lado da mão direita, que faz o solo e que é agudo, tem que ficar a zabumba que é grave e, assim, contrabalancear. Ele era minucioso com isso”, detalha.
Conforme Sandroni, os três instrumentos têm origem europeia. “Isso quer dizer que é uma música europeia? Claro que não. A música é muito mais que os instrumentos, é o que se faz com os instrumentos”, pondera.
Segundo ele, “Sanfona é um instrumento evidentemente europeu”. O mesmo pode dizer da zabumba ainda que o senso comum identifique como um tambor africano. “O tipo de construção e de amarração você encontra inclusive na península ibérica”, assinala. O mesmo ocorre com o triângulo, “conhecido como ferrinho em Portugal”.
Antes do Forró, outras formas de expressão musical obtiveram o reconhecimento do Iphan como patrimônio imaterial e constam no Livro do Registro das Formas de Expressão como o caboclinho, a capoeira, o carimbo, o cavalo marinho, o frevo, o jongo, o marabaixo, o maracatu, o samba de partido alto, o samba de terreiro, o samba enredo, o samba de roda, o tambor de criola e os toques dos sinos de igrejas em centros históricos de Minas Gerais.