/*! This file is auto-generated */
.wp-block-button__link{color:#fff;background-color:#32373c;border-radius:9999px;box-shadow:none;text-decoration:none;padding:calc(.667em + 2px) calc(1.333em + 2px);font-size:1.125em}.wp-block-file__button{background:#32373c;color:#fff;text-decoration:none} [{"@context":"https:\/\/schema.org\/","@type":"BlogPosting","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2018\/07\/31\/aumento-da-divida-publica-desafia-proximo-presidente\/#BlogPosting","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2018\/07\/31\/aumento-da-divida-publica-desafia-proximo-presidente\/","inLanguage":"pt-BR","mainEntityOfPage":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2018\/07\/31\/aumento-da-divida-publica-desafia-proximo-presidente\/","headline":"Aumento da d\u00edvida p\u00fablica desafia pr\u00f3ximo presidente","description":"Seja quem for o pr\u00f3ximo presidente do Brasil, uma coisa parece certa a esta altura: ir\u00e1 conviver com um aumento constante da d\u00edvida p\u00fablica. Conforme proje\u00e7\u00e3o do Tesouro Nacional para investidores, a propor\u00e7\u00e3o do endividamento ar\u00e1 dos atuais 75,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 82% em 2022, \u00faltimo ano do mandato. Mesmo que o","articleBody":"Seja quem for o pr\u00f3ximo presidente do Brasil, uma coisa parece certa a esta altura: ir\u00e1 conviver com um aumento constante da d\u00edvida p\u00fablica. Conforme proje\u00e7\u00e3o do Tesouro Nacional para investidores, a propor\u00e7\u00e3o do endividamento ar\u00e1 dos atuais 75,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 82% em 2022, \u00faltimo ano do mandato. Mesmo que o pr\u00f3ximo mandat\u00e1rio venha a ser reeleito, s\u00f3 ver\u00e1 a d\u00edvida cair em 2025 \u2013 terceiro\u00a0ano\u00a0de um hipot\u00e9tico segundo mandato. A vis\u00e3o do Tesouro \u00e9 compartilhada por economistas de matizes diferentes, dentro e fora do governo. A\u00a0Ag\u00eancia Brasil\u00a0ouviu o mesmo diagn\u00f3stico na academia (PUC-RJ, FGV-IBRE, Unicamp e UFMG) e em outras institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas (Ipea e Senado). Especialistas acrescentam que a alta da d\u00edvida acompanhar\u00e1 o pr\u00f3ximo presidente mesmo com ajuste fiscal. \u201cN\u00f3s temos no momento um quadro em que a d\u00edvida p\u00fablica se encontra em eleva\u00e7\u00e3o, e tende a se manter nessa trajet\u00f3ria mesmo diante de um esfor\u00e7o fiscal que o governo venha a fazer no sentido de reduzir despesas e aumentar receitas\u201d, alerta o diretor-adjunto de Estudos e Pol\u00edticas Macroecon\u00f4micas do Ipea, Marco Cavalcanti. \u201cN\u00e3o existe m\u00e1gica a ser feita aqui. Temos uma d\u00edvida alta. Essa d\u00edvida gera uma necessidade de pagamento de juros. Al\u00e9m disso, h\u00e1 o\u00a0d\u00e9ficit prim\u00e1rio\u00a0que n\u00e3o consegue reduzir a zero ou tornar superavit\u00e1rio em pouco tempo\u201d, acrescenta o pesquisador do Ipea.\u00a0O d\u00e9ficit prim\u00e1rio \u00e9 o resultado negativo das contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da d\u00edvida p\u00fablica. Cen\u00e1rios O Minist\u00e9rio do Planejamento Desenvolvimento e Gest\u00e3o\u00a0desenhou dois cen\u00e1rios fiscais. Em ambos, a diferen\u00e7a entre as receitas e despesas do setor p\u00fablico seguem negativas nos pr\u00f3ximos anos. Enquanto as contas p\u00fablicas estiverem vermelhas, a d\u00edvida federal seguir\u00e1 pressionada. No primeiro cen\u00e1rio, s\u00e3o adotadas \u201calgumas reformas estruturantes que viabilizam o equil\u00edbrio fiscal de longo prazo\u201d. Nessas condi\u00e7\u00f5es, as contas p\u00fablicas ficam negativas at\u00e9 2022. No segundo cen\u00e1rio, al\u00e9m das reformas estruturantes, est\u00e3o em vigor \u201creformas microecon\u00f4micas que elevam o potencial de crescimento\u201d e assim o resultado prim\u00e1rio torna-se positivo um ano antes (2021). O caminho poder\u00e1 ser mais longo e tortuoso sem crescimento econ\u00f4mico. \u201cIndicador de atividade econ\u00f4mica mais baixo afeta a trajet\u00f3ria da d\u00edvida\u201d, resume Felipe Salto, diretor-executivo da Institui\u00e7\u00e3o Fiscal Independente, do Senado Federal. O retrospecto recente dos dados do Tesouro e do IBGE evidenciam que a d\u00edvida p\u00fablica come\u00e7ou a subir quando a economia perdeu for\u00e7a, a partir de 2014. \u201cS\u00f3 \u00e9 poss\u00edvel pensar na estabiliza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida p\u00fablica brasileira com a retomada do crescimento. n\u00e3o h\u00e1 possibilidade de estabilizar o d\u00e9ficit p\u00fablico com a queda do PIB\u201d, aponta Pedro Rossi, professor do Instituto de Economia da Unicamp. Vilma Pinto, pesquisadora da \u00e1rea de Economia Aplicada da FGV-IBRE, mostra como o quadro de piora da economia repercute na deteriora\u00e7\u00e3o fiscal. Ela analisa a \u00faltima d\u00e9cada da economia e aponta que entre 2008 (ano da crise financeira internacional) e 2018, \u201chouve queda de 2,5 pontos percentuais das receitas prim\u00e1rias e aumento de 3,2 pontos percentuais nas despesas prim\u00e1rias. O saldo l\u00edquido \u00e9 uma piora de 5,7 pontos percentuais do PIB\u201d. Repercuss\u00e3o pol\u00edtica Para Carlos Ranulfo, professor titular do Departamento de Ci\u00eancia Pol\u00edtica da UFMG, a situa\u00e7\u00e3o fiscal ser\u00e1 um grande desafio para o pr\u00f3ximo presidente da Rep\u00fablica. Ao buscar a retomada do crescimento, o novo governo n\u00e3o poder\u00e1 criar mais d\u00e9ficit. Em sua opini\u00e3o, al\u00e9m do PIB baixo, o eleito em outubro de 2018 sofrer\u00e1 com ass\u00e9dio dispendioso de um futuro Congresso \u201cmuito pragm\u00e1tico e muito clientelista\u201d.\u00a0O Poder Legislativo \u00e9, tradicionalmente, um foco de press\u00e3o por gastos p\u00fablicos, j\u00e1 que tenta atender as diversas demandas, muitas delas\u00a0 corporativistas,\u00a0 de grupos de\u00a0 eleitores. O cientista pol\u00edtico avalia que, durante a campanha, a situa\u00e7\u00e3o da d\u00edvida poder\u00e1 favorecer candidatos que tenham uma performance mais fiscalista e falas que sensibilizem o mercado financeiro - que quer estabiliza\u00e7\u00e3o das contas p\u00fablicas. Esse perfil, no entanto, n\u00e3o costuma ser popular entre os eleitores. \u201cNingu\u00e9m faz campanha vendendo cautela, mas vendendo esperan\u00e7a\u201d, comenta. Entre discursos prudentes e falas espont\u00e2neas que despertem expectativas de melhora imediata da situa\u00e7\u00e3o fiscal, o economista Jos\u00e9 M\u00e1rcio Camargo (PUC-RJ) teme an\u00fancios de calotes da d\u00edvida p\u00fablica e promessas n\u00e3o detalhadas de limita\u00e7\u00e3o de gastos com a d\u00edvida. \u201cN\u00e3o vejo problema em limitar a d\u00edvida, desde que diga o que vai fazer com o que sobrar\u201d, assinala. \u201cSuponha que o tal limite estabele\u00e7a que o governo s\u00f3 pode pagar um d\u00e9ficit do PIB de at\u00e9 4%. Suponha que o d\u00e9ficit real, por\u00e9m, tenha sido de 8%. Como vai ser coberta essa diferen\u00e7a? Vai ser coberta com emiss\u00e3o de moeda? Isso significa infla\u00e7\u00e3o. Vai ser coberta com a redu\u00e7\u00e3o da despesa? Ou vai ser coberto via aumento de impostos?\u201d, indaga. Fonte:\u00a0Gilberto Costa - Rep\u00f3rter da Ag\u00eancia Brasil","keywords":"D\u00edvida P\u00fablica, Tesouro Nacional, ","datePublished":"2018-07-31T11:02:57-03:00","dateModified":"2018-07-31T11:02:57-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Ag\u00eancia Brasil EBC","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/agenciabrasil\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/74ab75c9c99b3865acded579ea3318dcbd236f565e51e52c5d3b72b34b76e50c?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"Ag\u00eancia Brasil EBC","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/agenciabrasil\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/74ab75c9c99b3865acded579ea3318dcbd236f565e51e52c5d3b72b34b76e50c?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2018\/07\/31\/aumento-da-divida-publica-desafia-proximo-presidente\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2018\/07\/notas_real_50_2_de_1-1200x800.jpg","width":"1200","height":"800"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2018\/07\/notas_real_50_2_de_1-1200x900.jpg","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2018\/07\/notas_real_50_2_de_1-1200x675.jpg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2018\/07\/notas_real_50_2_de_1-800x800.jpg","width":"800","height":"800"}]},
{"@context":"https:\/\/schema.org\/","@type":"NewsArticle","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2018\/07\/31\/aumento-da-divida-publica-desafia-proximo-presidente\/#newsarticle","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2018\/07\/31\/aumento-da-divida-publica-desafia-proximo-presidente\/","headline":"Aumento da d\u00edvida p\u00fablica desafia pr\u00f3ximo presidente","mainEntityOfPage":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2018\/07\/31\/aumento-da-divida-publica-desafia-proximo-presidente\/","datePublished":"2018-07-31T11:02:57-03:00","dateModified":"2018-07-31T11:02:57-03:00","description":"Seja quem for o pr\u00f3ximo presidente do Brasil, uma coisa parece certa a esta altura: ir\u00e1 conviver com um aumento constante da d\u00edvida p\u00fablica. Conforme proje\u00e7\u00e3o do Tesouro Nacional para investidores, a propor\u00e7\u00e3o do endividamento ar\u00e1 dos atuais 75,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 82% em 2022, \u00faltimo ano do mandato. Mesmo que o","articleSection":"Economia","articleBody":"Seja quem for o pr\u00f3ximo presidente do Brasil, uma coisa parece certa a esta altura: ir\u00e1 conviver com um aumento constante da d\u00edvida p\u00fablica. Conforme proje\u00e7\u00e3o do Tesouro Nacional para investidores, a propor\u00e7\u00e3o do endividamento ar\u00e1 dos atuais 75,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 82% em 2022, \u00faltimo ano do mandato. Mesmo que o pr\u00f3ximo mandat\u00e1rio venha a ser reeleito, s\u00f3 ver\u00e1 a d\u00edvida cair em 2025 \u2013 terceiro\u00a0ano\u00a0de um hipot\u00e9tico segundo mandato. A vis\u00e3o do Tesouro \u00e9 compartilhada por economistas de matizes diferentes, dentro e fora do governo. A\u00a0Ag\u00eancia Brasil\u00a0ouviu o mesmo diagn\u00f3stico na academia (PUC-RJ, FGV-IBRE, Unicamp e UFMG) e em outras institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas (Ipea e Senado). Especialistas acrescentam que a alta da d\u00edvida acompanhar\u00e1 o pr\u00f3ximo presidente mesmo com ajuste fiscal. \u201cN\u00f3s temos no momento um quadro em que a d\u00edvida p\u00fablica se encontra em eleva\u00e7\u00e3o, e tende a se manter nessa trajet\u00f3ria mesmo diante de um esfor\u00e7o fiscal que o governo venha a fazer no sentido de reduzir despesas e aumentar receitas\u201d, alerta o diretor-adjunto de Estudos e Pol\u00edticas Macroecon\u00f4micas do Ipea, Marco Cavalcanti. \u201cN\u00e3o existe m\u00e1gica a ser feita aqui. Temos uma d\u00edvida alta. Essa d\u00edvida gera uma necessidade de pagamento de juros. Al\u00e9m disso, h\u00e1 o\u00a0d\u00e9ficit prim\u00e1rio\u00a0que n\u00e3o consegue reduzir a zero ou tornar superavit\u00e1rio em pouco tempo\u201d, acrescenta o pesquisador do Ipea.\u00a0O d\u00e9ficit prim\u00e1rio \u00e9 o resultado negativo das contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da d\u00edvida p\u00fablica. Cen\u00e1rios O Minist\u00e9rio do Planejamento Desenvolvimento e Gest\u00e3o\u00a0desenhou dois cen\u00e1rios fiscais. Em ambos, a diferen\u00e7a entre as receitas e despesas do setor p\u00fablico seguem negativas nos pr\u00f3ximos anos. Enquanto as contas p\u00fablicas estiverem vermelhas, a d\u00edvida federal seguir\u00e1 pressionada. No primeiro cen\u00e1rio, s\u00e3o adotadas \u201calgumas reformas estruturantes que viabilizam o equil\u00edbrio fiscal de longo prazo\u201d. Nessas condi\u00e7\u00f5es, as contas p\u00fablicas ficam negativas at\u00e9 2022. No segundo cen\u00e1rio, al\u00e9m das reformas estruturantes, est\u00e3o em vigor \u201creformas microecon\u00f4micas que elevam o potencial de crescimento\u201d e assim o resultado prim\u00e1rio torna-se positivo um ano antes (2021). O caminho poder\u00e1 ser mais longo e tortuoso sem crescimento econ\u00f4mico. \u201cIndicador de atividade econ\u00f4mica mais baixo afeta a trajet\u00f3ria da d\u00edvida\u201d, resume Felipe Salto, diretor-executivo da Institui\u00e7\u00e3o Fiscal Independente, do Senado Federal. O retrospecto recente dos dados do Tesouro e do IBGE evidenciam que a d\u00edvida p\u00fablica come\u00e7ou a subir quando a economia perdeu for\u00e7a, a partir de 2014. \u201cS\u00f3 \u00e9 poss\u00edvel pensar na estabiliza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida p\u00fablica brasileira com a retomada do crescimento. n\u00e3o h\u00e1 possibilidade de estabilizar o d\u00e9ficit p\u00fablico com a queda do PIB\u201d, aponta Pedro Rossi, professor do Instituto de Economia da Unicamp. Vilma Pinto, pesquisadora da \u00e1rea de Economia Aplicada da FGV-IBRE, mostra como o quadro de piora da economia repercute na deteriora\u00e7\u00e3o fiscal. Ela analisa a \u00faltima d\u00e9cada da economia e aponta que entre 2008 (ano da crise financeira internacional) e 2018, \u201chouve queda de 2,5 pontos percentuais das receitas prim\u00e1rias e aumento de 3,2 pontos percentuais nas despesas prim\u00e1rias. O saldo l\u00edquido \u00e9 uma piora de 5,7 pontos percentuais do PIB\u201d. Repercuss\u00e3o pol\u00edtica Para Carlos Ranulfo, professor titular do Departamento de Ci\u00eancia Pol\u00edtica da UFMG, a situa\u00e7\u00e3o fiscal ser\u00e1 um grande desafio para o pr\u00f3ximo presidente da Rep\u00fablica. Ao buscar a retomada do crescimento, o novo governo n\u00e3o poder\u00e1 criar mais d\u00e9ficit. Em sua opini\u00e3o, al\u00e9m do PIB baixo, o eleito em outubro de 2018 sofrer\u00e1 com ass\u00e9dio dispendioso de um futuro Congresso \u201cmuito pragm\u00e1tico e muito clientelista\u201d.\u00a0O Poder Legislativo \u00e9, tradicionalmente, um foco de press\u00e3o por gastos p\u00fablicos, j\u00e1 que tenta atender as diversas demandas, muitas delas\u00a0 corporativistas,\u00a0 de grupos de\u00a0 eleitores. O cientista pol\u00edtico avalia que, durante a campanha, a situa\u00e7\u00e3o da d\u00edvida poder\u00e1 favorecer candidatos que tenham uma performance mais fiscalista e falas que sensibilizem o mercado financeiro - que quer estabiliza\u00e7\u00e3o das contas p\u00fablicas. Esse perfil, no entanto, n\u00e3o costuma ser popular entre os eleitores. \u201cNingu\u00e9m faz campanha vendendo cautela, mas vendendo esperan\u00e7a\u201d, comenta. Entre discursos prudentes e falas espont\u00e2neas que despertem expectativas de melhora imediata da situa\u00e7\u00e3o fiscal, o economista Jos\u00e9 M\u00e1rcio Camargo (PUC-RJ) teme an\u00fancios de calotes da d\u00edvida p\u00fablica e promessas n\u00e3o detalhadas de limita\u00e7\u00e3o de gastos com a d\u00edvida. \u201cN\u00e3o vejo problema em limitar a d\u00edvida, desde que diga o que vai fazer com o que sobrar\u201d, assinala. \u201cSuponha que o tal limite estabele\u00e7a que o governo s\u00f3 pode pagar um d\u00e9ficit do PIB de at\u00e9 4%. Suponha que o d\u00e9ficit real, por\u00e9m, tenha sido de 8%. Como vai ser coberta essa diferen\u00e7a? Vai ser coberta com emiss\u00e3o de moeda? Isso significa infla\u00e7\u00e3o. Vai ser coberta com a redu\u00e7\u00e3o da despesa? Ou vai ser coberto via aumento de impostos?\u201d, indaga. Fonte:\u00a0Gilberto Costa - Rep\u00f3rter da Ag\u00eancia Brasil","keywords":["D\u00edvida P\u00fablica"," Tesouro Nacional"," "],"name":"Aumento da d\u00edvida p\u00fablica desafia pr\u00f3ximo presidente","thumbnailUrl":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2018\/07\/notas_real_50_2_de_1-150x150.jpg","wordCount":"759","timeRequired":"PT3M22S","mainEntity":{"@type":"WebPage","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2018\/07\/31\/aumento-da-divida-publica-desafia-proximo-presidente\/"},"author":{"@type":"Person","name":"Ag\u00eancia Brasil EBC","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/agenciabrasil\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/74ab75c9c99b3865acded579ea3318dcbd236f565e51e52c5d3b72b34b76e50c?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"Ag\u00eancia Brasil EBC","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/agenciabrasil\/","sameAs":[],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/74ab75c9c99b3865acded579ea3318dcbd236f565e51e52c5d3b72b34b76e50c?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"speakable":{"@type":"SpeakableSpecification","xpath":["\/html\/head\/title","\/html\/head\/meta[@name='description']\/@content"]},"image":[{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2018\/07\/31\/aumento-da-divida-publica-desafia-proximo-presidente\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2018\/07\/notas_real_50_2_de_1-1200x800.jpg","width":"1200","height":"800"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2018\/07\/notas_real_50_2_de_1-1200x900.jpg","width":"1200","height":"900"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2018\/07\/notas_real_50_2_de_1-1200x675.jpg","width":"1200","height":"675"},{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2018\/07\/notas_real_50_2_de_1-800x800.jpg","width":"800","height":"800"}]}]
Seja quem for o próximo presidente do Brasil, uma coisa parece certa a esta altura: irá conviver com um aumento constante da dívida pública. Conforme projeção do Tesouro Nacional para investidores, a proporção do endividamento ará dos atuais 75,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 82% em 2022, último ano do mandato. Mesmo que o próximo mandatário venha a ser reeleito, só verá a dívida cair em 2025 – terceiro ano de um hipotético segundo mandato.
A visão do Tesouro é compartilhada por economistas de matizes diferentes, dentro e fora do governo. A Agência Brasil ouviu o mesmo diagnóstico na academia (PUC-RJ, FGV-IBRE, Unicamp e UFMG) e em outras instituições públicas (Ipea e Senado). Especialistas acrescentam que a alta da dívida acompanhará o próximo presidente mesmo com ajuste fiscal.
“Nós temos no momento um quadro em que a dívida pública se encontra em elevação, e tende a se manter nessa trajetória mesmo diante de um esforço fiscal que o governo venha a fazer no sentido de reduzir despesas e aumentar receitas”, alerta o diretor-adjunto de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Marco Cavalcanti.
“Não existe mágica a ser feita aqui. Temos uma dívida alta. Essa dívida gera uma necessidade de pagamento de juros. Além disso, há o déficit primário que não consegue reduzir a zero ou tornar superavitário em pouco tempo”, acrescenta o pesquisador do Ipea. O déficit primário é o resultado negativo das contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública.
Cenários
O Ministério do Planejamento Desenvolvimento e Gestão desenhou dois cenários fiscais. Em ambos, a diferença entre as receitas e despesas do setor público seguem negativas nos próximos anos. Enquanto as contas públicas estiverem vermelhas, a dívida federal seguirá pressionada.
No primeiro cenário, são adotadas “algumas reformas estruturantes que viabilizam o equilíbrio fiscal de longo prazo”. Nessas condições, as contas públicas ficam negativas até 2022. No segundo cenário, além das reformas estruturantes, estão em vigor “reformas microeconômicas que elevam o potencial de crescimento” e assim o resultado primário torna-se positivo um ano antes (2021).
O caminho poderá ser mais longo e tortuoso sem crescimento econômico. “Indicador de atividade econômica mais baixo afeta a trajetória da dívida”, resume Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente, do Senado Federal. O retrospecto recente dos dados do Tesouro e do IBGE evidenciam que a dívida pública começou a subir quando a economia perdeu força, a partir de 2014.
“Só é possível pensar na estabilização da dívida pública brasileira com a retomada do crescimento. [Também] não há possibilidade de estabilizar o déficit público com a queda do PIB”, aponta Pedro Rossi, professor do Instituto de Economia da Unicamp.
Vilma Pinto, pesquisadora da área de Economia Aplicada da FGV-IBRE, mostra como o quadro de piora da economia repercute na deterioração fiscal. Ela analisa a última década da economia e aponta que entre 2008 (ano da crise financeira internacional) e 2018, “houve queda de 2,5 pontos percentuais das receitas primárias e aumento de 3,2 pontos percentuais nas despesas primárias. O saldo líquido é uma piora de 5,7 pontos percentuais do PIB”.
Repercussão política
Para Carlos Ranulfo, professor titular do Departamento de Ciência Política da UFMG, a situação fiscal será um grande desafio para o próximo presidente da República. Ao buscar a retomada do crescimento, o novo governo não poderá criar mais déficit.
Em sua opinião, além do PIB baixo, o eleito em outubro de 2018 sofrerá com assédio dispendioso de um futuro Congresso “muito pragmático e muito clientelista”. O Poder Legislativo é, tradicionalmente, um foco de pressão por gastos públicos, já que tenta atender as diversas demandas, muitas delas corporativistas, de grupos de eleitores.
O cientista político avalia que, durante a campanha, a situação da dívida poderá favorecer candidatos que tenham uma performance mais fiscalista e falas que sensibilizem o mercado financeiro – que quer estabilização das contas públicas. Esse perfil, no entanto, não costuma ser popular entre os eleitores. “Ninguém faz campanha vendendo cautela, mas vendendo esperança”, comenta.
Entre discursos prudentes e falas espontâneas que despertem expectativas de melhora imediata da situação fiscal, o economista José Márcio Camargo (PUC-RJ) teme anúncios de calotes da dívida pública e promessas não detalhadas de limitação de gastos com a dívida.
“Não vejo problema em limitar a dívida, desde que diga o que vai fazer com o que sobrar”, assinala. “Suponha que o tal limite estabeleça que o governo só pode pagar um déficit do PIB de até 4%. Suponha que o déficit real, porém, tenha sido de 8%. Como vai ser coberta essa diferença? Vai ser coberta com emissão de moeda? Isso significa inflação. Vai ser coberta com a redução da despesa? Ou vai ser coberto via aumento de impostos?”, indaga.
Fonte: Gilberto Costa – Repórter da Agência Brasil