/*! This file is auto-generated */ .wp-block-button__link{color:#fff;background-color:#32373c;border-radius:9999px;box-shadow:none;text-decoration:none;padding:calc(.667em + 2px) calc(1.333em + 2px);font-size:1.125em}.wp-block-file__button{background:#32373c;color:#fff;text-decoration:none} [{"@context":"https:\/\/schema.org\/","@type":"BlogPosting","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2015\/08\/22\/jornal-estado-de-sao-paulo-publica-materia-sobre-contaminacao-por-uranio-em-lagoa-real\/#BlogPosting","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2015\/08\/22\/jornal-estado-de-sao-paulo-publica-materia-sobre-contaminacao-por-uranio-em-lagoa-real\/","inLanguage":"pt-BR","mainEntityOfPage":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2015\/08\/22\/jornal-estado-de-sao-paulo-publica-materia-sobre-contaminacao-por-uranio-em-lagoa-real\/","headline":"Jornal Estado de S\u00e3o Paulo publica mat\u00e9ria sobre contamina\u00e7\u00e3o por Ur\u00e2nio em Lagoa Real","description":"Tiago Marques |\u00a0Reda\u00e7\u00e3o 96FM Depois da denuncia de contamina\u00e7\u00e3o de \u00e1gua por ur\u00e2nio em Lagoa Real, o Jornal Estad\u00e3o\u00a0publicou mat\u00e9ria sobre o caso. Na reportagem n\u00e3o \u00e9 citada a nota emitida pela INB que diz que a presen\u00e7a de ur\u00e2nio neste caso \u00e9 natural\u00a0pois se trata de um local rico neste mineral. A empresa disse","articleBody":"Tiago Marques |\u00a0Reda\u00e7\u00e3o 96FM Depois da denuncia de contamina\u00e7\u00e3o de \u00e1gua por ur\u00e2nio em Lagoa Real, o Jornal Estad\u00e3o\u00a0publicou mat\u00e9ria sobre o caso. Na reportagem n\u00e3o \u00e9 citada a nota emitida pela INB que diz que a presen\u00e7a de ur\u00e2nio neste caso \u00e9 natural\u00a0pois se trata de um local rico neste mineral. A empresa disse ainda que\u00a0a regi\u00e3o onde o po\u00e7o est\u00e1 localizado faz parte de outra microbacia hidrogr\u00e1fica, estando distante 21Km da mina. Veja abaixo a reportagem completa Andr\u00e9 Borges e Dida Sampaio Mina de Caetit\u00e9 CAETIT\u00c9 E LAGOA REAL (BA) -\u00a0Uma tampa de ferro cobre a boca do po\u00e7o, no s\u00edtio de Osvaldo Ant\u00f4nio de Jesus. A prote\u00e7\u00e3o enferrujada tem um furo no meio. Abaixo dela, um reservat\u00f3rio com 90 metros de profundidade est\u00e1 cheio d\u2019\u00e1gua. Osvaldo ergue a tampa e aponta o l\u00edquido, um bem precioso para quem vive por esses cantos de Lagoa Real, no sert\u00e3o da Bahia. Por cerca de um ano, foi esse o po\u00e7o que garantiu boa parte do consumo di\u00e1rio de sua fam\u00edlia. H\u00e1 poucas semanas, por\u00e9m, nenhuma gota p\u00f4de mais ser retirada dali. Sua \u00e1gua est\u00e1 contaminada por ur\u00e2nio. A fam\u00edlia de Osvaldo \u00e9 uma das tantas que vivem no entorno da \u00fanica mina de ur\u00e2nio explorada em toda a Am\u00e9rica Latina. H\u00e1 15 anos, a extra\u00e7\u00e3o do material radioativo do solo de Caetit\u00e9, munic\u00edpio vizinho de Lagoa Real, na Bahia, \u00e9 feita pela estatal federal Ind\u00fastrias Nucleares do Brasil (INB). Durante todo esse per\u00edodo, a contamina\u00e7\u00e3o da \u00e1gua da regi\u00e3o por material radioativo sempre foi uma situa\u00e7\u00e3o negada pela INB. Desta vez, provas coletadas pelo Estado comprovam que h\u00e1, de fato, contamina\u00e7\u00e3o. Por um m\u00eas, a reportagem reuniu documentos oficiais, laudos t\u00e9cnicos e despachos envolvendo as atividades de extra\u00e7\u00e3o de ur\u00e2nio na regi\u00e3o e o monitoramento da \u00e1gua usada pela popula\u00e7\u00e3o. Os documentos atestam que, desde o ano ado, a INB j\u00e1 havia detectado a exist\u00eancia de \u00e1gua com alto teor de ur\u00e2nio em um po\u00e7o em Lagoa Real. A estatal, no entanto, n\u00e3o comunicou a prefeitura local sobre a situa\u00e7\u00e3o, ou mesmo a fam\u00edlia, o que s\u00f3 viria a ocorrer em maio deste ano, sete meses depois da coleta da \u00e1gua. Os laudos t\u00e9cnicos da INB, aos quais a reportagem teve o, apontam que a estatal realizou duas inspe\u00e7\u00f5es na \u00e1gua consumida pela fam\u00edlia de Osvaldo Ant\u00f4nio de Jesus. Na primeira coleta, feita em outubro de 2014, encontrou uma quantidade de ur\u00e2nio mais de quatro vezes superior ao limite permitido para o consumo humano, conforme crit\u00e9rios estabelecidos pela Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Nenhuma informa\u00e7\u00e3o sobre isso chegou ao Minist\u00e9rio do Meio Ambiente (MMA), \u00e0 prefeitura de Lagoa Real ou \u00e0 fam\u00edlia.Em mar\u00e7o deste ano, a INB resolveu fazer uma segunda checagem no po\u00e7o. Novamente, encontrou material radioativo, dessa vez em quantidade mais de tr\u00eas vezes acima do permitido. Os resultados desses dois laudos, por\u00e9m, s\u00f3 foram emitidos em 22 de maio, quando chegaram \u00e0 prefeitura de Lagoa Real. No dia 25, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente do munic\u00edpio foi at\u00e9 o s\u00edtio de Osvaldo, informou que seu po\u00e7o seria \u201clacrado\u201d e o fez o comunicado. No documento, firmado pelo prefeito Francisco Jos\u00e9 Cardoso de Freitas e pelo secret\u00e1rio de Meio Ambiente, Willike Fernandes Moreira, a prefeitura diz que o po\u00e7o \u201cser\u00e1 fechado por ser considerado impr\u00f3prio para o consumo humano, baseado no boletim de an\u00e1lise da INB\u201d. Mais uma vez, nada foi comunicado aos \u00f3rg\u00e3os oficiais federal e estadual. Apesar dos resultados, a INB chegou a declarar no in\u00edcio deste ano que, ap\u00f3s analisar amostras de \u00e1guas subterr\u00e2neas de Caetit\u00e9 e regi\u00e3o \u201ccoletadas durante todo o ano de 2014\u201d, foi poss\u00edvel comprovar que \u201co n\u00edvel de ur\u00e2nio est\u00e1 abaixo do limite estabelecido como seguro pelo Minist\u00e9rio da Sa\u00fade e pelo Conama para o consumo humano\u201d. \u00c0 reportagem, a prefeitura de Lagoa Real informou que nem sequer tinha conhecimento de que o po\u00e7o contaminado existia e culpou a Companhia de Engenharia H\u00eddrica e de Saneamento da Bahia (Cerb) por sua abertura. \u201cQuem abriu o po\u00e7o foi a Cerb, que n\u00e3o avisou o munic\u00edpio. A prefeitura s\u00f3 soube da contamina\u00e7\u00e3o quando chegou o relat\u00f3rio da INB\u201d, disse o secret\u00e1rio Willike Moreira. \u201cNotificamos a Cerb sobre a contamina\u00e7\u00e3o. Eles n\u00e3o se posicionaram at\u00e9 hoje. Ent\u00e3o, todo mundo tem um pouco de culpa nisso.\u201d Moreira disse que a pr\u00f3pria INB tratou de informar a fam\u00edlia sobre a \u00e1gua impr\u00f3pria para o consumo, declara\u00e7\u00e3o confirmada pelo propriet\u00e1rio. \u201cNo mesmo dia que nos deu o resultado, a empresa foi l\u00e1 e comunicou a fam\u00edlia, deixando ciente do risco que ela estava correndo. Depois n\u00f3s fomos l\u00e1 e comunicamos isso a eles tamb\u00e9m\u201d, afirmou. Greenpeace. Em 2008, o Greenpeace chegou a denunciar a estatal, sob alega\u00e7\u00e3o de que o ur\u00e2nio tinha contaminado a \u00e1gua de dois po\u00e7os. Cercada de dados, a INB afastou qualquer vest\u00edgio de problemas sobre a qualidade da \u00e1gua consumida pela popula\u00e7\u00e3o. Osvaldo de Jesus, que mora com a m\u00e3e, mulher e tr\u00eas filhos no s\u00edtio, disse ter \u201cdesconfiado\u201d antes mesmo dos testes e, por isso, s\u00f3 a utilizava para lavar roupa e lou\u00e7a, al\u00e9m de matar a sede de galinhas, porcos e bois. \u201cQuando chegou o resultado, fiquei com medo. O povo da INB disse que era pra gente parar de usar, porque estava contaminada. Disse que n\u00e3o era para dar mais nem para os animais nem regar a planta\u00e7\u00e3o\u201d, disse. \u201cA gente n\u00e3o bebia dessa \u00e1gua. Usamos a \u00e1gua da chuva que vai para a cisterna e a \u00e1gua do caminh\u00e3o-pipa, que a por aqui\u201d, disse. Nascido na caatinga, ele vive da ro\u00e7a e da rapadura artesanal que faz em um engenho de madeira puxado por bois. Disse n\u00e3o ter medo de ser contaminado pela \u00e1gua radioativa. \u201cMedo do qu\u00ea? De morrer? De morrer, n\u00e3o. Isso a\u00ed \u00e9 agem para n\u00f3s todos, n\u00e9? Pode ser rico, pode ser pobre, vai mesmo.\u201d","keywords":"Caetit\u00e9, Destaque, INB, Lagoa Real, uranio, ","datePublished":"2015-08-22T16:39:34-03:00","dateModified":"2015-08-22T16:39:34-03:00","author":{"@type":"Person","name":"tiagospf","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/tiagospf\/","sameAs":["https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wordpress","https:\/\/www.facebook.com\/tiagomarquesv","https:\/\/www.twitter.com\/tiagomarques_\/","https:\/\/www.instagram.com\/tiagomarques_\/"],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/3ba51b59f42e9d3b7588b7c5e33192c70492919ef97b1031e302a6bfac575190?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"tiagospf","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/tiagospf\/","sameAs":["https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wordpress","https:\/\/www.facebook.com\/tiagomarquesv","https:\/\/www.twitter.com\/tiagomarques_\/","https:\/\/www.instagram.com\/tiagomarques_\/"],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/3ba51b59f42e9d3b7588b7c5e33192c70492919ef97b1031e302a6bfac575190?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"image":{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2015\/08\/22\/jornal-estado-de-sao-paulo-publica-materia-sobre-contaminacao-por-uranio-em-lagoa-real\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2022\/02\/Logo-Agencia-Sertao-1200x728-1.jpg","width":"1200","height":"728"}}, {"@context":"https:\/\/schema.org\/","@type":"NewsArticle","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2015\/08\/22\/jornal-estado-de-sao-paulo-publica-materia-sobre-contaminacao-por-uranio-em-lagoa-real\/#newsarticle","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2015\/08\/22\/jornal-estado-de-sao-paulo-publica-materia-sobre-contaminacao-por-uranio-em-lagoa-real\/","headline":"Jornal Estado de S\u00e3o Paulo publica mat\u00e9ria sobre contamina\u00e7\u00e3o por Ur\u00e2nio em Lagoa Real","mainEntityOfPage":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2015\/08\/22\/jornal-estado-de-sao-paulo-publica-materia-sobre-contaminacao-por-uranio-em-lagoa-real\/","datePublished":"2015-08-22T16:39:34-03:00","dateModified":"2015-08-22T16:39:34-03:00","description":"Tiago Marques |\u00a0Reda\u00e7\u00e3o 96FM Depois da denuncia de contamina\u00e7\u00e3o de \u00e1gua por ur\u00e2nio em Lagoa Real, o Jornal Estad\u00e3o\u00a0publicou mat\u00e9ria sobre o caso. Na reportagem n\u00e3o \u00e9 citada a nota emitida pela INB que diz que a presen\u00e7a de ur\u00e2nio neste caso \u00e9 natural\u00a0pois se trata de um local rico neste mineral. A empresa disse","articleSection":"Regi\u00e3o de Guanambi","articleBody":"Tiago Marques |\u00a0Reda\u00e7\u00e3o 96FM Depois da denuncia de contamina\u00e7\u00e3o de \u00e1gua por ur\u00e2nio em Lagoa Real, o Jornal Estad\u00e3o\u00a0publicou mat\u00e9ria sobre o caso. Na reportagem n\u00e3o \u00e9 citada a nota emitida pela INB que diz que a presen\u00e7a de ur\u00e2nio neste caso \u00e9 natural\u00a0pois se trata de um local rico neste mineral. A empresa disse ainda que\u00a0a regi\u00e3o onde o po\u00e7o est\u00e1 localizado faz parte de outra microbacia hidrogr\u00e1fica, estando distante 21Km da mina. Veja abaixo a reportagem completa Andr\u00e9 Borges e Dida Sampaio Mina de Caetit\u00e9 CAETIT\u00c9 E LAGOA REAL (BA) -\u00a0Uma tampa de ferro cobre a boca do po\u00e7o, no s\u00edtio de Osvaldo Ant\u00f4nio de Jesus. A prote\u00e7\u00e3o enferrujada tem um furo no meio. Abaixo dela, um reservat\u00f3rio com 90 metros de profundidade est\u00e1 cheio d\u2019\u00e1gua. Osvaldo ergue a tampa e aponta o l\u00edquido, um bem precioso para quem vive por esses cantos de Lagoa Real, no sert\u00e3o da Bahia. Por cerca de um ano, foi esse o po\u00e7o que garantiu boa parte do consumo di\u00e1rio de sua fam\u00edlia. H\u00e1 poucas semanas, por\u00e9m, nenhuma gota p\u00f4de mais ser retirada dali. Sua \u00e1gua est\u00e1 contaminada por ur\u00e2nio. A fam\u00edlia de Osvaldo \u00e9 uma das tantas que vivem no entorno da \u00fanica mina de ur\u00e2nio explorada em toda a Am\u00e9rica Latina. H\u00e1 15 anos, a extra\u00e7\u00e3o do material radioativo do solo de Caetit\u00e9, munic\u00edpio vizinho de Lagoa Real, na Bahia, \u00e9 feita pela estatal federal Ind\u00fastrias Nucleares do Brasil (INB). Durante todo esse per\u00edodo, a contamina\u00e7\u00e3o da \u00e1gua da regi\u00e3o por material radioativo sempre foi uma situa\u00e7\u00e3o negada pela INB. Desta vez, provas coletadas pelo Estado comprovam que h\u00e1, de fato, contamina\u00e7\u00e3o. Por um m\u00eas, a reportagem reuniu documentos oficiais, laudos t\u00e9cnicos e despachos envolvendo as atividades de extra\u00e7\u00e3o de ur\u00e2nio na regi\u00e3o e o monitoramento da \u00e1gua usada pela popula\u00e7\u00e3o. Os documentos atestam que, desde o ano ado, a INB j\u00e1 havia detectado a exist\u00eancia de \u00e1gua com alto teor de ur\u00e2nio em um po\u00e7o em Lagoa Real. A estatal, no entanto, n\u00e3o comunicou a prefeitura local sobre a situa\u00e7\u00e3o, ou mesmo a fam\u00edlia, o que s\u00f3 viria a ocorrer em maio deste ano, sete meses depois da coleta da \u00e1gua. Os laudos t\u00e9cnicos da INB, aos quais a reportagem teve o, apontam que a estatal realizou duas inspe\u00e7\u00f5es na \u00e1gua consumida pela fam\u00edlia de Osvaldo Ant\u00f4nio de Jesus. Na primeira coleta, feita em outubro de 2014, encontrou uma quantidade de ur\u00e2nio mais de quatro vezes superior ao limite permitido para o consumo humano, conforme crit\u00e9rios estabelecidos pela Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Nenhuma informa\u00e7\u00e3o sobre isso chegou ao Minist\u00e9rio do Meio Ambiente (MMA), \u00e0 prefeitura de Lagoa Real ou \u00e0 fam\u00edlia.Em mar\u00e7o deste ano, a INB resolveu fazer uma segunda checagem no po\u00e7o. Novamente, encontrou material radioativo, dessa vez em quantidade mais de tr\u00eas vezes acima do permitido. Os resultados desses dois laudos, por\u00e9m, s\u00f3 foram emitidos em 22 de maio, quando chegaram \u00e0 prefeitura de Lagoa Real. No dia 25, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente do munic\u00edpio foi at\u00e9 o s\u00edtio de Osvaldo, informou que seu po\u00e7o seria \u201clacrado\u201d e o fez o comunicado. No documento, firmado pelo prefeito Francisco Jos\u00e9 Cardoso de Freitas e pelo secret\u00e1rio de Meio Ambiente, Willike Fernandes Moreira, a prefeitura diz que o po\u00e7o \u201cser\u00e1 fechado por ser considerado impr\u00f3prio para o consumo humano, baseado no boletim de an\u00e1lise da INB\u201d. Mais uma vez, nada foi comunicado aos \u00f3rg\u00e3os oficiais federal e estadual. Apesar dos resultados, a INB chegou a declarar no in\u00edcio deste ano que, ap\u00f3s analisar amostras de \u00e1guas subterr\u00e2neas de Caetit\u00e9 e regi\u00e3o \u201ccoletadas durante todo o ano de 2014\u201d, foi poss\u00edvel comprovar que \u201co n\u00edvel de ur\u00e2nio est\u00e1 abaixo do limite estabelecido como seguro pelo Minist\u00e9rio da Sa\u00fade e pelo Conama para o consumo humano\u201d. \u00c0 reportagem, a prefeitura de Lagoa Real informou que nem sequer tinha conhecimento de que o po\u00e7o contaminado existia e culpou a Companhia de Engenharia H\u00eddrica e de Saneamento da Bahia (Cerb) por sua abertura. \u201cQuem abriu o po\u00e7o foi a Cerb, que n\u00e3o avisou o munic\u00edpio. A prefeitura s\u00f3 soube da contamina\u00e7\u00e3o quando chegou o relat\u00f3rio da INB\u201d, disse o secret\u00e1rio Willike Moreira. \u201cNotificamos a Cerb sobre a contamina\u00e7\u00e3o. Eles n\u00e3o se posicionaram at\u00e9 hoje. Ent\u00e3o, todo mundo tem um pouco de culpa nisso.\u201d Moreira disse que a pr\u00f3pria INB tratou de informar a fam\u00edlia sobre a \u00e1gua impr\u00f3pria para o consumo, declara\u00e7\u00e3o confirmada pelo propriet\u00e1rio. \u201cNo mesmo dia que nos deu o resultado, a empresa foi l\u00e1 e comunicou a fam\u00edlia, deixando ciente do risco que ela estava correndo. Depois n\u00f3s fomos l\u00e1 e comunicamos isso a eles tamb\u00e9m\u201d, afirmou. Greenpeace. Em 2008, o Greenpeace chegou a denunciar a estatal, sob alega\u00e7\u00e3o de que o ur\u00e2nio tinha contaminado a \u00e1gua de dois po\u00e7os. Cercada de dados, a INB afastou qualquer vest\u00edgio de problemas sobre a qualidade da \u00e1gua consumida pela popula\u00e7\u00e3o. Osvaldo de Jesus, que mora com a m\u00e3e, mulher e tr\u00eas filhos no s\u00edtio, disse ter \u201cdesconfiado\u201d antes mesmo dos testes e, por isso, s\u00f3 a utilizava para lavar roupa e lou\u00e7a, al\u00e9m de matar a sede de galinhas, porcos e bois. \u201cQuando chegou o resultado, fiquei com medo. O povo da INB disse que era pra gente parar de usar, porque estava contaminada. Disse que n\u00e3o era para dar mais nem para os animais nem regar a planta\u00e7\u00e3o\u201d, disse. \u201cA gente n\u00e3o bebia dessa \u00e1gua. Usamos a \u00e1gua da chuva que vai para a cisterna e a \u00e1gua do caminh\u00e3o-pipa, que a por aqui\u201d, disse. Nascido na caatinga, ele vive da ro\u00e7a e da rapadura artesanal que faz em um engenho de madeira puxado por bois. Disse n\u00e3o ter medo de ser contaminado pela \u00e1gua radioativa. \u201cMedo do qu\u00ea? De morrer? De morrer, n\u00e3o. Isso a\u00ed \u00e9 agem para n\u00f3s todos, n\u00e9? Pode ser rico, pode ser pobre, vai mesmo.\u201d","keywords":["Caetit\u00e9"," Destaque"," INB"," Lagoa Real"," uranio"," "],"name":"Jornal Estado de S\u00e3o Paulo publica mat\u00e9ria sobre contamina\u00e7\u00e3o por Ur\u00e2nio em Lagoa Real","thumbnailUrl":"","wordCount":"969","timeRequired":"PT4M18S","mainEntity":{"@type":"WebPage","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2015\/08\/22\/jornal-estado-de-sao-paulo-publica-materia-sobre-contaminacao-por-uranio-em-lagoa-real\/"},"author":{"@type":"Person","name":"tiagospf","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/tiagospf\/","sameAs":["https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wordpress","https:\/\/www.facebook.com\/tiagomarquesv","https:\/\/www.twitter.com\/tiagomarques_\/","https:\/\/www.instagram.com\/tiagomarques_\/"],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/3ba51b59f42e9d3b7588b7c5e33192c70492919ef97b1031e302a6bfac575190?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"editor":{"@type":"Person","name":"tiagospf","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/author\/tiagospf\/","sameAs":["https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wordpress","https:\/\/www.facebook.com\/tiagomarquesv","https:\/\/www.twitter.com\/tiagomarques_\/","https:\/\/www.instagram.com\/tiagomarques_\/"],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/secure.gravatar.com\/avatar\/3ba51b59f42e9d3b7588b7c5e33192c70492919ef97b1031e302a6bfac575190?s=96&d=mm&r=g","height":96,"width":96}},"publisher":{"@type":"Organization","name":"Ag\u00eancia Sert\u00e3o","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com","logo":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2020\/12\/Logo-Agencia-Sertao-160x60-1.png","width":"160","height":"50"}},"speakable":{"@type":"SpeakableSpecification","xpath":["\/html\/head\/title","\/html\/head\/meta[@name='description']\/@content"]},"image":{"@type":"ImageObject","@id":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/2015\/08\/22\/jornal-estado-de-sao-paulo-publica-materia-sobre-contaminacao-por-uranio-em-lagoa-real\/#primaryimage","url":"https:\/\/agenciasertao.informativomineiro.com\/wp-content\/s\/2022\/02\/Logo-Agencia-Sertao-1200x728-1.jpg","width":"1200","height":"728"}}]
back to top
24.4 C
Guanambi
17.5 C
Vitória da Conquista

Jornal Estado de São Paulo publica matéria sobre contaminação por Urânio em Lagoa Real

Mais Lidas

Tiago Marques | Redação 96FM

Depois da denuncia de contaminação de água por urânio em Lagoa Real, o Jornal Estadão publicou matéria sobre o caso. Na reportagem não é citada a nota emitida pela INB que diz que a presença de urânio neste caso é natural pois se trata de um local rico neste mineral. A empresa disse ainda que a região onde o poço está localizado faz parte de outra microbacia hidrográfica, estando distante 21Km da mina.

Veja abaixo a reportagem completa

André Borges e Dida Sampaio

BBlZOJw
Mina de Caetité

CAETITÉ E LAGOA REAL (BA) – Uma tampa de ferro cobre a boca do poço, no sítio de Osvaldo Antônio de Jesus. A proteção enferrujada tem um furo no meio. Abaixo dela, um reservatório com 90 metros de profundidade está cheio d’água. Osvaldo ergue a tampa e aponta o líquido, um bem precioso para quem vive por esses cantos de Lagoa Real, no sertão da Bahia. Por cerca de um ano, foi esse o poço que garantiu boa parte do consumo diário de sua família. Há poucas semanas, porém, nenhuma gota pôde mais ser retirada dali. Sua água está contaminada por urânio.

A família de Osvaldo é uma das tantas que vivem no entorno da única mina de urânio explorada em toda a América Latina. Há 15 anos, a extração do material radioativo do solo de Caetité, município vizinho de Lagoa Real, na Bahia, é feita pela estatal federal Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Durante todo esse período, a contaminação da água da região por material radioativo sempre foi uma situação negada pela INB. Desta vez, provas coletadas pelo Estado comprovam que há, de fato, contaminação.

Por um mês, a reportagem reuniu documentos oficiais, laudos técnicos e despachos envolvendo as atividades de extração de urânio na região e o monitoramento da água usada pela população. Os documentos atestam que, desde o ano ado, a INB já havia detectado a existência de água com alto teor de urânio em um poço em Lagoa Real. A estatal, no entanto, não comunicou a prefeitura local sobre a situação, ou mesmo a família, o que só viria a ocorrer em maio deste ano, sete meses depois da coleta da água.

Os laudos técnicos da INB, aos quais a reportagem teve o, apontam que a estatal realizou duas inspeções na água consumida pela família de Osvaldo Antônio de Jesus. Na primeira coleta, feita em outubro de 2014, encontrou uma quantidade de urânio mais de quatro vezes superior ao limite permitido para o consumo humano, conforme critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Nenhuma informação sobre isso chegou ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), à prefeitura de Lagoa Real ou à família.Em março deste ano, a INB resolveu fazer uma segunda checagem no poço. Novamente, encontrou material radioativo, dessa vez em quantidade mais de três vezes acima do permitido.

Os resultados desses dois laudos, porém, só foram emitidos em 22 de maio, quando chegaram à prefeitura de Lagoa Real. No dia 25, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente do município foi até o sítio de Osvaldo, informou que seu poço seria “lacrado” e o fez o comunicado. No documento, firmado pelo prefeito Francisco José Cardoso de Freitas e pelo secretário de Meio Ambiente, Willike Fernandes Moreira, a prefeitura diz que o poço “será fechado por ser considerado impróprio para o consumo humano, baseado no boletim de análise da INB”.

Mais uma vez, nada foi comunicado aos órgãos oficiais federal e estadual. Apesar dos resultados, a INB chegou a declarar no início deste ano que, após analisar amostras de águas subterrâneas de Caetité e região “coletadas durante todo o ano de 2014”, foi possível comprovar que “o nível de urânio está abaixo do limite estabelecido como seguro pelo Ministério da Saúde e pelo Conama para o consumo humano”.

À reportagem, a prefeitura de Lagoa Real informou que nem sequer tinha conhecimento de que o poço contaminado existia e culpou a Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb) por sua abertura. “Quem abriu o poço foi a Cerb, que não avisou o município. A prefeitura só soube da contaminação quando chegou o relatório da INB”, disse o secretário Willike Moreira. “Notificamos a Cerb sobre a contaminação. Eles não se posicionaram até hoje. Então, todo mundo tem um pouco de culpa nisso.”

Moreira disse que a própria INB tratou de informar a família sobre a água imprópria para o consumo, declaração confirmada pelo proprietário. “No mesmo dia que nos deu o resultado, a empresa foi lá e comunicou a família, deixando ciente do risco que ela estava correndo. Depois nós fomos lá e comunicamos isso a eles também”, afirmou.

Greenpeace. Em 2008, o Greenpeace chegou a denunciar a estatal, sob alegação de que o urânio tinha contaminado a água de dois poços. Cercada de dados, a INB afastou qualquer vestígio de problemas sobre a qualidade da água consumida pela população.

Osvaldo de Jesus, que mora com a mãe, mulher e três filhos no sítio, disse ter “desconfiado” antes mesmo dos testes e, por isso, só a utilizava para lavar roupa e louça, além de matar a sede de galinhas, porcos e bois. “Quando chegou o resultado, fiquei com medo. O povo da INB disse que era pra gente parar de usar, porque estava contaminada. Disse que não era para dar mais nem para os animais nem regar a plantação”, disse. “A gente não bebia dessa água. Usamos a água da chuva que vai para a cisterna e a água do caminhão-pipa, que a por aqui”, disse.

Nascido na caatinga, ele vive da roça e da rapadura artesanal que faz em um engenho de madeira puxado por bois. Disse não ter medo de ser contaminado pela água radioativa. “Medo do quê? De morrer? De morrer, não. Isso aí é agem para nós todos, né? Pode ser rico, pode ser pobre, vai mesmo.”

Notícias Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimas